Sob pressão, são inúmeros os casos de violação das próprias regras nacionais por parte de dirigentes locais do Partido Comunista para cumprir as metas, incluindo forçar mulheres a abortar, com métodos como a injeção de veneno no útero, ou a fazer cirurgia de esterilização, às vezes após sequestro.
Comitê de Planejamento Familiar em província pobre é acusado de levar bebês à força para adoção por estrangeiros
Segundo revista, ação visa cumprir Política do Filho Único e engordar cofres públicos; comitê não falou sobre o caso
Por Fabiano Maisonnave - Folha de São Paulo
Aos 64 anos, a agricultora Liu Shuzhen parece mais mãe do que avó, o neto de um ano no colo. E é com dor de mãe que ela lembra o dia 15 de março de 2004, quando o Comitê de Planejamento Familiar da região de Shaoyang a separou de sua neta Zhou Zuna, de apenas três meses.
"Eles pediram 10 mil yuans [R$ 2.500]. Como eu não tinha dinheiro, eles disseram que eu tinha de deixar a criança. Eu me recusei, então duas pessoas me agarraram e me obrigaram a colocar as digitais num documento", conta Liu à Folha.
Zhou, cujo paradeiro é desconhecido, é uma das pelo menos 20 crianças retiradas dos pais na empobrecida área rural de Hunan.
Segundo reportagem da revista "Caixin", considerada a mais independente da China, a ação tinha dois objetivos: cumprir com as metas da Política do Filho Único e engordar os cofres públicos.
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