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quarta-feira, 26 de junho de 2019

As Mãos Desmedidas do Grupo Bilderberg

Durante muitos anos, muitas falsidades foram escritas sobre o Grupo Bilderberg. No entanto, a partir de documentos, é possível ter uma visão fidedigna. Muitos pesquisadores asseguraram-no através de um trabalho longo e difícil. Não é um governo global, mas uma rede de influência, composta pela CIA e pelo MI6 para apoiar a OTAN.
Três italianos foram convidados este ano para a reunião do grupo Bilderberg, realizada em Montreux, na Suíça, de 30 de maio a 2 de Junho. Ao lado de Lilli Gruber, a apresentadora televisiva do La7, agora convidada permanente do Bilderberg, foi convidado outro jornalista: Stefano Feltri, vice-diretor do “Fatto Quotidiano”, dirigido por Marco Travaglio. O “terceiro homem” escolhido pelo Bilderberg é Matteo Renzi, senador do Partido Democrata, antigo Presidente do Conselho.
O grupo Bilderberg, constituído formalmente em 1954, por iniciativa de “cidadãos eminentes” europeus e estadunidenses, foi na verdade criado pela CIA e pelo serviço secreto britânico MI6 para apoiar a OTAN contra a URSS [1]. Após a Guerra Fria, manteve a mesma função de apoio à estratégia USA/OTAN.
Ex-Secretário de Estado dos EUA Henry Kissinger (direita) e atual Secretário de Estado Mike Pompeo (esquerda) na conferência de 2019 Bilderberg. FOTO: © Rupidamente
Às suas reuniões são convidados a participar todos os anos, quase exclusivamente da Europa Ocidental e dos Estados Unidos, cerca de 130 representantes do mundo político, econômico e militar, dos meios de comunicação mediática de destaque e dos serviços secretos, que participam formalmente a título pessoal. Reúnem-se à porta fechada, cada ano num país diferente, em hotéis de luxo blindados por sólidos sistemas de segurança militar. Não é admitido nenhum jornalista ou observador, nem é publicado qualquer comunicado. Os participantes estão sujeitos à regra do silêncio: não podem sequer revelar a identidade dos oradores que lhes forneceram certas informações (perante a proclamada ‘transparência’).Só sabemos que este ano falaram principalmente da Rússia e da China, de sistemas espaciais, de uma ordem estratégica estável, do futuro do capitalismo. As presenças mais destacadas eram, como de costume, as dos Estados Unidos:
- Henry Kissinger, “figura histórica” do grupo ao lado do banqueiro David Rockfeller (fundador de Bilderberg e da Trilateral, falecido em 2017);
- Mike Pompeo, antigo Diretor da CIA e atual Secretário de Estado [2];
- Jared Kushner, Conselheiro (e genro) do Presidente Trump para o Oriente-Médio e amigo íntimo do Primeiro Ministro israelita Netanyahu.
- Jens Stoltenberg, Secretário Geral da OTAN, que recebeu um segundo mandato pelos serviços aos EUA.
Durante quatro dias, em reuniões secretas multilaterais e bilaterais, esses e outros representantes das grandes potências (abertas e ocultas) do Ocidente, fortaleceram e expandiram a rede de contatos que lhes permite influenciar as políticas governamentais e a opinião pública.
Os resultados são visíveis. No “Fatto Quotidiano”, Stefano Feltri defende o grupo Bilderberg explicando que as suas reuniões são realizadas à porta fechada “para criar um contexto de debate franco e aberto, precisamente porque não é institucional”, e expõe “os múltiplos teóricos da conspiração” que espalham “lendas” sobre o grupo Bilderberg e também sobre a Comissão Trilateral [3].
Não diz que, entre “os múltiplos teóricos da conspiração”, está o Magistrado Ferdinando Imposimato, Presidente Honorário do Supremo Tribunal de Cassação (falecido em 2018), que resumiu, assim, o resultado das investigações realizadas:
“O grupo Bilderberg é um dos responsáveis da estratégia de tensão e, portanto, também dos massacres’ a partir do sucedido na Piazza Fontana, em concerto com a CIA e com os serviços secretos italianos, com a Gladio e com os grupos neofascistas, com a P2 e com as lojas maçônicas USA, nas bases da OTAN.” [4]
Neste prestigiado clube também foi admitido Matteo Renzi. Excluindo que o convidaram pelos seus dotes de analista, resta a hipótese de que os poderosos de Bilderberg estão a preparar, de maneira oculta, algumas operações políticas em Itália. Pedimos desculpa a Feltri de nos juntarmos também aos “múltiplos teóricos da conspiração”.
Texto com tradução original de Maria Luísa de Vasconcellos

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