o colapso econômico da Venezuela se deve
inteiramente à política econômica desenvolvida pelo socialismo bolivariano.
E no que consistiu essa nefasta política econômica
do socialismo bolivariano?
Primeiro, entre 2004 e 2008, desenvolveu-se uma
economia baseada na monocultura do petróleo, com o governo utilizando as
receitas desta indústria estatal para criar uma extensa rede
assistencialista com o intuito de tornar os cidadãos dependentes do poder
político.
Em seguida, a partir de 2009,
quando estas receitas entraram em colapso (tanto por causa da péssima e
corrupta gestão da estatal PDVSA quanto pela queda global do preço do
petróleo), optou-se por manter este arranjo clientelista por meio do
endividamento público.
Quando apenas o endividamento não mais funcionava, isso já em 2013, o
governo passou a imprimir dinheiro livremente para bancar estes gastos. Tal
medida empurrou o país
para a hiperinflação.
Sob uma hiperinflação,
o governo impôs controles
de preços que desestruturaram por completo o resquício de economia
privada que ainda existia no país.
Quando esses controles de preços
provocaram desabastecimentos
generalizados, o governo estatizou as indústrias
privadas e colocou
os militares para cuidar da distribuição de alimentos,
que passaram a ser intensamente
racionados.
Sob hiperinflação, preços
controlados e indústrias estatizadas, aboliu-se por completo
qualquer perspectiva de investimento
privado dentro do país.
Para culminar, o país que detém as maiores reservas
de petróleo do mundo vive hoje um racionamento
de gasolina: os motoristas só podem comprar 30 litros de combustível por
semana, e de acordo com o número das placas dos veículos.
O total colapso da economia provocou, por sua vez, o
colapso do estado, que se tornou incapaz de garantir o mínimo de ordem pública.
A taxa de homicídios do país disparou de 73
assassinatos por 100.000 pessoas em 2012 para 91,8
assassinatos por 100.000 pessoas em 2016. Ao mesmo tempo em que enfrenta
manifestações civis — nas quais os manifestantes
são assassinados pelo estado —, o governo também recorre aos colectivos,
que são as infames unidades paramilitares pró-governo que assassinam pessoas
consideradas inimigas do regime.
Ao
menos um alívio
Mas nem tudo é terrível. Há pelo menos um pequeno
alívio cômico. A situação econômica ficou tão ruim, que até
mesmo os criminosos estão tendo problemas.
O preço de uma munição de revólver no mercado negro
é de 1 dólar. Um carregador de pistola tem capacidade para 15 munições. Ou
seja, são necessários 15 dólares para um bandido ter uma pistola totalmente
carregada. Mas o salário médio no país é de 6,50 dólares (menos da metade de um
salário médio cubano, que
é de 22 dólares).
Como as vítimas de assalto simplesmente não têm
dinheiro ou objetos de valor para serem roubados, não há como os bandidos
conseguirem dinheiro para comprar munições. E sem munições, torna-se arriscado
assaltar. Como lamentou
um bandido, "disparar uma bala agora virou atividade de luxo no país."
Por isso, os assaltos
no país estão em queda. Os bandidos estão sem dinheiro para comprar
munições porque não há pessoas com dinheiro para serem assaltadas.
Consequentemente, os bandidos estão
saindo do país.
Para
concluir
Sem uma ditadura explícita,
a manutenção da ordem pública sob o socialismo é impossível.
Quando o socialismo não consegue estabelecer uma
ordem castrista — uma ditadura ao estilo cubano ou norte-coreano — sobre a
economia, ele provoca uma total decomposição da sociedade.
Este foi exatamente o resultado de décadas de
chavismo na Venezuela.
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