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sábado, 22 de junho de 2019

Mulher, barbada e na cruz: a Santa Wilgefortis

A história se passa em Portugal. Wilgefortis era a filha de um nobre local, uma cristã devota que havia feito voto de castidade. Por razões diplomáticas, porém, seu pai prometeu sua mão para um líder pagão. Em desespero, a jovem roga à Virgem Maria que a torne repulsiva, para cancelar o casamento. 
A resposta vem num milagre: a santa lhe cria barba. Furioso, seu pai manda crucificá-la, fazendo-a entrar para a História como uma inspiradora mártir cristã, da qual circularam inúmeras imagens pela Europa inteira. Uma mulher barbada numa cruz.
Se soa esquisito alguém ganhar o nome Wilgefortis em Portugal é porque a história nasceu de uma confusão. Nunca existiu Santa Wilgefortis. O nome é provavelmente uma corruptela germânica do latim virgo fortis ("virgem forte"). E a santa nasceu de um mal-entendido hilário, por conta das diferenças culturais entre o sul e o norte da Europa.

Homens gregos e romanos usavam túnicas e togas, trajes abertos, que se pareciam com vestidos. E retratavam Jesus da mesma maneira. Povos germânicos tinham outra ideia de vestimenta. Os homens andavam de calças. Vestidos eram coisa de mulher.
Quando aceitaram o cristianismo, ganharam de presente imagens de Jesus vindas do sul. Vendo as saias em Jesus, concluíram que só poderia se tratar de uma mulher barbada.
A lenda de Santa Wilgefortis foi criada para explicar o mistério da imagem. E se espalharia pela Europa inteira. Ainda hoje, uma imagem dela adorna a Catedral de Westminster, na Inglaterra, entre muitos outros lugares

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