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domingo, 24 de outubro de 2010

Imperial March

Quem vai vencer a eleição do próximo domingo. O palpite tem 100% de chances de acerto. Não ganha a Dilma. Nem vence o Serra. O único vencedor possível é o PMDB. O maçom Michel Temer, que denega a própria Maçonaria na campanha, será o grande “condottieri” (para usar o termo “condutor”, muito empregado pelo Toninho Malvadeza Gramsci, o italiano mais venerado pela nazipetralhada depois do terrorista Cesare Battisti, é claro!). O partido mais governista do universo vai dar as cartas. O resto é um bando de derrotado.

Originalmente, condottiero era um senhor feudal que controlava uma Milícia, sobre a qual tinha comando ilimitado, e estabelecia contratos com qualquer Estado interessado em seus serviços. O Brasil continuará um feudo do PMDB, que conquistou a maioria “paralamentar”. No próximo governo, os milicianos políticos do PT sentirão apenas a ilusão de que tem o comando das operações políticas. Terão menos influência ainda que no atual reinado do futuro Rei-Sol apagado.

Os cenários para 2011 são tétricos. Dignos de filme de terror político. Se voltasse agora ao mundo dos vivos, Glauber Rocha produziria uma obra com o título “Deusa e o Diabo na Terra do ex-Rei Sol”. A obra concorreria, facilmente, ao Oscar. De maior lixo da história. O roteiro é digno de filme do Zé do Caixão. Porém sem graça alguma. Os personagens são patéticos. Só têm vaga mesmo na tragicomédia pastelão da politicagem tupiniquim. Azar nosso.

Vamos aos cenários. Dilma vence. Tem a temer o seu vice. O cabra já avisou que não está marcado para morrer no ostracismo. Quer protagonismo político. Tem sede de poder, e comanda o PMDB. Dilma terá de cuidar da saúde. Governar sob o espectro do linfoma é missão para uma mulher do Diabo. Pelo menos, Dilma se converteu, marketeiramente, a alguma religiosidade durante a campanha eleitoreira.

Que Deus tenha pena dela! Porque o cara que se acha Deus não terá. Governar com bafo de álcool no cangote é horrível. Se ganhar, Dilma vai constatar, depressa, que perdeu. Além de se proteger do diabólico PMDB, a ex-brizolista gaúcho-bulgaro-mineira também precisará se resguardar contra os milicianos do PT. O que sobrar de poder deixado pelo PMDB, eles vão querer ocupar. A tendência dos nazipetralhas é para a autofagia, se matando pelos nacos de poder.

O cenário para o ex-chefão Lula é desolador. Ser presidente de honra do Corinthians não lhe bastará. Vai querer mandar na Dilma. O problema é se ela vai deixar. A poderosa caneta do Diário Oficial na mão é uma espada de luz do Dart Vader. Boa ideia, para o filho do Brasil, seria procurar, urgentemente, o AA. O ministério da Saúde adverte. Melhor prevenir que se embriagar sem poder. Até 2014, muito álcool terá de ser processado pelo fígado – que pode não aguantar. A perda do poder é amarga. E tomar Epatovis não resolve...

Agora imagina se Serra ganha. Afinal, acidentes históricos acontecem. E sua conquista pode ser outro desastre político para o Brasil. Serra só vai governar por milagre. Terá de fazer um pacto de vampiro com o mesmo PMDB que tutela o PT. Serra ficará tão refém do Temer quando a Dilma. Além disso, terá de duelar contra o Império Nazipetralha, que tem dezenas de Dart Vaders aparalhando a máquina do Estado e comandando, nas sombras, um exército de fanáticos radicalóides, prontos para um confronto, a qualquer hora. Para eles, a homenagem do filminho acima, com a famosa Marcha do Império.

Ganhando um ou outro, o cenário econômico é nada bom para os próximos anos. Um repique da crise norte-americana é dado como pule de 10. Por aqui, o tsunami tem tudo para ser pior. O comprometimento da renda do brasileiro com o pagamento de dívidas já supera até mesmo o nível dos Estados Unidos. Por aqui, quando vão aprovar um crédito, os bancos consideram como teto para comprometimento da renda um nível entre 30% e 35%. A explicação para o comprometimento da renda já elevado passa primeiro, pelos juros altíssimos cobrados no País e pelos curtos prazos de financiamento.

A insuspeita Serasa Experian tem um dado para tirar o sono do economista mais pessimista. Existe o risco de o Brasil enfrentar um “superendividamento” diante da falta de dados sobre o perfil dos débitos e a capacidade de pagamento de um povinho com a renda ainda baixa se comparada ao padrão das nações desenvolvidas. Os números colhidos no BC do B, Banco Central do Brasil, são de arrepiar. Nos últimos cinco anos, o número de pessoas com dívida superior a R$ 5 mil reais passou de 10 milhões para os atuais 25,7 milhões.

Ironia maior da história é saber que o suplente do palhaço Tiririca é ninguém menos que o José Genoíno, processado pelo esquema do mensalão até agora em ritmo de impunidade. Fala sério! A política brasileira não é, realmente, uma legítima palhaçada? Botemos fogo no Circo. Esta é alegria do Palhaço do Planalto. Ele toma todas, enquanto o Brasil vira cinzas. Haja fígado! Eita filme ruim! O resultado da urna eletrônica, domingo que vem, será apenas chocante.

Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor. Editor-chefe do blog e podcast Alerta Total: www.alertatotal.net. Especialista em Política, Economia, Administração Pública e Assuntos Estratégicos.

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