Bunker da Cultura Web Radio

Free Shoutcast HostingRadio Stream Hosting

quinta-feira, 25 de abril de 2019

Realidade

Após alguns anos de grande histeria e forte desinformação o país saiu das mãos do petismo e seus agregados.
Pois bem, como anda a realidade brasileira nessa "pseuda" nova fase de patronagem no palácio do planalto?
O povo brasileiro, em geral, tem um objetivo em mente, e é esse objetivo que define se um governo dá certo ou não: ter dinheiro. 
O dinheiro que na sociedade capitalista é o fruto da prosperidade de uma nação, girando e fomentando o progresso e o desenvolvimento, no Brasil é uma obsessão cega, apenas para fomentar poder, o ter de uma sociedade explicitamente ignorante.
Sim, somos uma sociedade dinheirista e doentia, pautada nas benesses imediatistas que o dinheiro possa trazer.
A esquerda entrou no poder pregando liberdade, igualdade e democracia, abaixo a ditadura que nunca existiu e enganando uma sociedade na sua maioria de ignorantes, desinformados e participes do modelo oba-oba de se encaminhar o futuro da nação, sem disciplina, conhecimento e responsabilidade.
Foi essa fatia da sociedade que trouxe a esquerda para dentro do poder e que nesse momento, após 32 anos no poder, formatando, aparelhando o Estado e deformando a sociedade por gerações se vê de volta na oposição de um governo sem projeto, despreparado, contaminado e cercado de esquerdismo dentro e fora do governo.
José Sarney implementou o programa que ficou conhecido como “os fiscais do Sarney”, em que incentivava a população a fiscalizar os preços dos alimentos nos supermercados, para checar se o mercado havia colocado o preço máximo imposto pelo governo, a velha política do congelamento de preços. Graças ao bom resultado inicial, os aliados políticos de Sarney triunfaram nas eleições gerais de 1986. Todavia, a realidade veio à tona logo após a eleição e o país atravessou o pior momento da hiperinflação que assolou o país nos anos 1980. Isso fez com que o PMDB, partido de Sarney, entrasse mudo e saísse calado das eleições presidenciais de 1989.
Fernando Collor tomou posse em 1990 e já assumiu congelando a poupança dos cidadãos, o que provocou a falência de muitos empreendimentos e de várias pessoas na época. Com isso, Collor passou boa parte do mandato com a moral manchada, sem apoio popular nem parlamentar, que culminou com seu impeachment em 1992 após a descoberta de um escândalo de corrupção engendrado por PC Farias.
Seu vice, Itamar Franco, assumiu com a responsabilidade de controlar a inflação do país. Isso fez com que ele montasse um time renomado de economistas que acabariam projetando o Plano Real, que acabaria com a hiperinflação que durava mais de 10 anos. O sucesso fez com que Fernando Henrique Cardoso (FHC) se elegesse presidente do Brasil. O primeiro governo dele estava em “lua de mel” com a sociedade graças ao Plano Real e o povo andava consumindo bastante. Os problemas começaram no segundo mandato, quando o desemprego aumentou consideravelmente, o dinheiro estava acabando e a inflação estava voltando. O resultado: o PSDB perdeu as eleições de 2002 para Lula, que finalmente assumiria a presidência após três eleições perdidas.
É importante frisar o fato de que o que segurou a alta popularidade de Lula nos oito anos de Planalto foi a estabilidade econômica e o considerável poder de compra da população, principalmente entre a classe média e baixa. Foi graças a ela que Lula saiu incólume do escândalo do Mensalão em 2005 e terminou o mandato com 80% de aprovação.
A crise política que eclodiu em 2015 e culminou com o impeachment de Dilma Rousseff no ano seguinte se deu justamente por causa da crise econômica: o desemprego crescente, aliado à alta da inflação, que proporcionou a alta dos preços, fez com que a população se revoltasse e apoiasse efusivamente os protestos de 2015. Sim, o petrolão foi outro forte motivo, mas se não fosse o fato do dinheiro estar sumindo da casa das pessoas, as manifestações provavelmente não angariassem tantas pessoas.
Perceberam o padrão? O que move o sucesso ou não de um governo é a capacidade dele de melhorar ou não o poder de compra e a renda da população. Não existe mistério na fórmula: a população apoiará um presidente que não atrapalhe o pagamento de suas contas cotidianas. A partir do momento em que isso acontece, o apoio diminui consideravelmente.
O que mais se vê por aí é a crença de que bastam discursos de “guerra cultural”, fim da doutrinação em escolas e restauração da “alta cultura”, que eles serão suficientes para que a população mantenha o apoio ao presidente Jair Bolsonaro. A resposta: não vão. Esse tipo de discurso anima a militância e serve para campanha eleitoral, mas não vai fazer o arroz chegar na mesa do Seu José. É bonito dizer que vai combater a doutrinação esquerdista nas escolas, mas isso não vai mudar a realidade educacional: tem escolas literalmente caindo aos pedaços e crianças que não recebem merenda. A situação é bem mais grave que “doutrinação”.
Está na hora de parar com a fantasia ideológica e encarar a realidade. De nada adiantam discursos sedutores de alta cultura se, no final do mês, a Dona Maria não conseguir pagar suas contas, se Josué não conseguir um emprego, se a Larissa não tiver professor em sala de aula. O brasileiro é um povo relativamente paciente com populistas. Mas quando a paciência acaba, ela não volta mais. E, enquanto eu escrevo esse artigo, o caldo engrossa cada vez mais. O Ipea publicou uma pesquisa que mostra que a inflação de março deste ano foi vinte vezes maior que a inflação do mesmo mês no ano passado. Os preços dos produtos nas feiras estão começando a aumentar. Mas o maior problema, para o governo, é o fantasma “comunista” debaixo da cama.

Nenhum comentário:

Postar um comentário