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terça-feira, 26 de setembro de 2023

Contra a falácia marxista: escravidão

Para argumentar, na era contemporânea, nenhum recurso se sobressai tanto quanto o da falácia. Um estamento que é posto logicamente para tentar derrubar um argumento, porém, que não o comprova e que está errado.

No caso de hoje, vejo uma argumentação ressuscitada do atual ministro dos direitos humanos na qual atrela o liberalismo à existência da escravidão e disso parte como pressuposto para demonizar o liberalismo por este ser “racista”.

Primeiro, reaparece aqui a análise histórica da origem da escravidão, prática tão antiga da humanidade que foi observada em distintas culturas de diferentes continentes, sendo praticadas por séculos. Muito antes de qualquer teoria liberal nascer.

Segundo, se o argumento visa a excluir qualquer forma de escravidão anterior à era das Grandes Navegações por pura conveniência, piora-se.

A escravidão deste período nasce junto com os primeiros estabelecimentos coloniais, e, por mais que seja fácil reconhecer que essa navegação se dá por meio de uma incomparável migração forçada de africanos para as Américas, ainda assim, isso começa muito antes de qualquer teoria liberal.

John Locke, comumente tido como o pai do liberalismo, nasceu em 1632, muito depois de as primeiras colônias já terem escravizado cativos africanos e indígenas. Sendo assim, suas primeiras obras em 1689/90, nas quais defende o liberalismo pela primeira vez, já foram escritas em contexto no qual a escravidão era um fato consolidado.

Portanto, onde diabos haveria uma relação em que o liberalismo teria causado qualquer escravidão? Isso se torna mais ridículo quando se nota que os principais promotores do debate abolicionista foram justamente os britânicos que, inspirados no próprio John Locke, passaram a lutar pela abolição em todo o mundo.

Por outro lado, é curioso como o Marxismo é plenamente justificado, apesar das palavras de Karl Marx sobre a escravidão ser um fato de que se “colhem positividades”. É claro que, uma vez apontada tal incoerência, abre-se o campo para a eterna hermenêutica onde o “contexto histórico” sempre vale para um discurso à esquerda.


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