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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Educação, Educação e Educação

Por Jorge Serrão

O símbolo do franciscanismo na política tupiniquim foi para o saco! Veio à tona a informação de que até o senador Pedro Simon, que sempre posou de paladino da defesa da coisa pública e se apresenta como dado a hábitos franciscanos, recebe aposentadoria de ex-governador. São Francisco de Assis deve estar envergonhado. Neste ritmo, o imortal José Sarney acaba Presidente do Céu. Deus acabará exilado para os confins miseráveis do Maranhão... Se der sorte, com direito a uma bolsa família...

Diante de tantas denúncias comprovadas de uso e abuso do poder do Estado, os brasileiros deviam se revoltar. No entanto, ocorre o contrário. Ficam cada vez mais passivos e inertes diante das coisas erradas. Só faltam imitar os ignorantes do Egito. Mortos de vontade de derrubar a ditadura que se eterniza por lá, não sabem como atacar o governo. Assim, tacam fogo em duas múmias que nada têm a ver com a história atual. A revolta contra os falecidos faraós é uma alegoria da ignorância, do analfabetismo político dos subdesenvolvidos, incapazes de pensar e agir com correção.

O triste é que a maioria dos brasileiros também raciocina com intestino. Sofremos da síndrome da múmia paralítica. Somos fruto de um processo histórico que nos tornou assim. Uma sociedade que não inventou o Estado, mas que foi inventada e moldada, sem educação, por um Estado criado para explorar. Por ignorância sobre a própria verdade histórica e incapacidade de analisar informações relevantes, aceitamos viver, passivamente, como escravos em uma rica colônia de exploração pós-moderna, mantida artificialmente na miséria pelos poderes globalitários que nos controlam, há séculos, daqui extraindo tudo que lhes convém.

O brasileiro foi adestrado a saber tudo de libertinagem. Mas nunca aprendeu a lidar com a liberdade. Por isso, não conseguimos ser livres. E aceitamos sobreviver na senzala da ignorância libertina, concedendo à privilegiada classe política o “direito” de dirigir nossa subcidadania. Por instinto de autoperpetuação, esta classe dominante – que usa e abusa do poder estatal - colabora o processo de manutenção do status quo ignorante. Eis por que os poderosos só tratam da Educação na retórica discurseira. E povo, que desconhece a liberdade, faz pouco caso da Educação.

Para nossa triste sina, quem percebe a importância da Educação também age na contramão da história, segregando o processo educacional a uma minoria privilegiada. Vide o lamentável episódio de dois pais na cidade de Serra Negra, no interior de São Paulo. Considerando o ensino brasileiro muito fraco, o norte-americano Philip Ferrara, de 48 anos, e sua esposa brasileira Leila Brum Ferrara, de 44, optaram por ensinar os filhos em casa. As irmãs Vitória, de 11 anos, e Hannah, de 9, foram tiradas da escola.

Agiram corretamente os pais ao aplicarem o “homeschooling”? Tal prática é muito difundida nos Estados Unidos. Teria mais de 1 milhão de adeptos por lá. Só que é proibida no Brasil! Os pais radicalizaram para exercer a liberdade de educar os filhos, em tese, com qualidade. Acontece que o ensino exclusivamente no lar não é permitido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. Muito menos pela Lei de Diretrizes e Bases. O ECA e a LDB determinam que as crianças devem frequentar escolas.

Em tese, o principio é correto. Todo espaço de convivência e socialização de conhecimento e troca de vivências é essencial ao desenvolvimento pleno do ser humano. A pergunta fatal é: nossas escolas, em sua maioria, cumprem tal papel? A resposta é um “não rotundo” – como diria o velho Leonel Brizola, um dos poucos políticos brasileiros, com todos os seus defeitos, que teve a virtude de defender a importância da educação para o desenvolvimento do Brasil.

Solução imediata. O brasileiro precisa acordar para a importância de Educação. A História da Humanidade comprova que só se desenvolver as nações em que os cidadãos têm acesso à Educação desde a infância. Sem um processo que viabilize a liberdade de escolha, o livre pensamento e o acesso a múltiplas experiências artísticas, o pleno desenvolvimento de outros fatores produtivos fica dificultado ou inviabilizado.

Educação. Educação e Educação. Ou adotamos estas três prioridades, ou tudo continuará como dantes na escolinha do Abrantes. Temos de superar e revogar a “vocação” historicamente maldita para sermos meros súditos ou escravos colonizados pelas nobres realezas globalitárias.

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