O jovem comandante Hugo Chávez, ainda fortemente influenciado pelo Movimento Bolivariano Revolucionário-200, prestou pouca atenção ao professor argentino, que mais tarde seria ameaçado de deixar a Venezuela, segundo ele, pelo DISIP, sob a supervisão do MOSSAD.
sexta-feira, 31 de julho de 2020
Norberto Ceresole e a Crise Venezuelana
O jovem comandante Hugo Chávez, ainda fortemente influenciado pelo Movimento Bolivariano Revolucionário-200, prestou pouca atenção ao professor argentino, que mais tarde seria ameaçado de deixar a Venezuela, segundo ele, pelo DISIP, sob a supervisão do MOSSAD.
Quando foi que você e eu assinamos o tal 'contrato social'?
"Se vocês cidadãos não gostam da existência de um governo detentor do monopólio da coerção, da segurança e da justiça, não gostam de impostos, não gostam de regulamentações, e não gostam do status quo, então por que simplesmente não fazem as malas e vão embora? Vocês implicitamente concordaram com as regras vigentes. Se não gostam delas, então deem o fora!"
Este é o argumento comum oferecido por estatistas sempre que um cidadão se põe a falar sobre a imoralidade da coerção estatal, de seus impostos, de suas regulamentações, de seu confisco de renda e de propriedade, e de seu monopólio sobre a justiça, a segurança e a moeda.
Embora tal argumento seja extremamente fraco, vale a pena nos concentrarmos mais detidamente nele, pois ele mostra de maneira bastante acurada o quão profundo o estatismo está enraizado na mentalidade das pessoas.
A primeira e mais fácil resposta a este "desafio" estatista é: Por que sou eu quem deve dar o fora? Não estou roubando ninguém, não estou agredindo ninguém. Por que o fardo moral recai sobre mim quando, na verdade, é você quem está me apontando uma arma? Eu sou apenas uma pessoa pacífica pedindo para não ser espoliada, ao passo que você está me apontando uma arma com o intuito de me expropriar e utilizar a minha propriedade e a minha renda para financiar aqueles programas governamentais que você acha o máximo.
Não creio ser nada controverso dizer que, em termos morais, é o estatista quem tem a obrigação de comprovar ter o direito intrínseco de coagir e ameaçar os outros. Enquanto isso não for feito, o ameaçado não tem nenhuma obrigação de comprovar seu direito de ser deixado em paz, sem ser molestado. O ônus cabe ao agressor e não ao agredido.
Esse é o ponto mais básico. Enquanto o estatista não responder de onde vem seu direito natural de espoliar terceiros para proveito próprio ou para o proveito de outrem, a "negociação" está emperrada e ele não tem nenhum direito de seguir adiante com sua espoliação. Toda a pendenga poderia terminar aqui.
Porém, em prol do debate, vamos mais adiante. Falemos agora sobre o argumento de que o seu consentimento está explicitado no simples fato de você permanecer no país. "Se você está aqui e continua morando aqui, então você está automaticamente consentindo com as regras vigentes!", bradam os estatistas.
Este é outro raciocínio sem nenhuma sustentação e sem nenhuma lógica. Suponha que você se muda para uma nova vizinhança e, do nada, seu vizinho começa a despejar o lixo dele na porta da sua casa. Pela lógica estatista, se você não concorda com este comportamento dele, então é você quem tem de se mudar dali. Se você não se mudar, então você está automaticamente consentindo em ter sua propriedade violada desta forma.
Faz sentido? Pois é isso que os estatistas estão defendendo, embora não utilizem este cenário.
Confrontados com esta situação, os estatistas recorrem então à regra da "aceitação implícita e tácita". Mais especificamente, eles dizem que, ao se mudar para esta vizinhança, você estaria implícita e tacitamente aceitando o comportamento dos seus vizinhos, não podendo, portanto, reclamar das regras deles.
O problema deste raciocínio é que ele ignora o status moral e legal de quem faz as leis. Por exemplo, suponha que eu convido você para vir à minha casa. Quando você chega, eu abro a porta e lhe digo: para ficar aqui em casa, você tem de usar este nariz de palhaço. Isto certamente vai lhe parecer bastante estranho, mas ainda assim eu posso dizer: "Ei, é a minha casa e estas são minhas regras. Se quiser entrar, tem de ser assim". Neste caso, sendo eu o proprietário, você não pode simplesmente dizer: "Olha, eu vou entrar na sua casa, sim, e não vou usar o nariz de palhaço." Se fizesse isso, você estaria invadindo a minha propriedade e desrespeitando as leis vigentes dentro dela, as quais foram estipuladas antes da sua entrada. Isso, portanto, é algo que você não tem o direito de fazer.
Agora, imaginemos o cenário contrário. Suponha que eu vá à sua casa e lhe diga: "Você tem de usar um nariz de palhaço". Além do espanto total, sua outra provável reação será a de perguntar quando foi que você disse que concordava em ser obrigado a utilizar um nariz de palhaço dentro da sua casa. Ao que irei responder: "Ora, você se mudou para perto de mim. E eu uso nariz de palhaço na minha casa. Portanto, o simples fato de você estar morando perto de mim significa que você, de uma maneira um tanto mística e tácita, consente em também utilizar nariz de palhaço dentro da sua casa, mesmo que você não goste da ideia."
Os estatistas simplesmente pegam este cenário que é evidentemente absurdo em nível local e o expandem para um nível nacional: se você está aqui, então você deu seu consentimento tácito a tudo o que se passa nele.
Mas é realmente assim que as coisas devem funcionar? Como seria a sua vida se todos lhe atribuíssem "consentimentos implícitos e tácitos"? Como seria o mundo? Alguém aceitaria este sistema?
Portanto, quando os estatistas dizem que "ao estar aqui, você automaticamente consentiu com as regras", eles estão fugindo da questão principal. Eles já estão pressupondo a nossa aceitação daquilo que ainda tem de ser provado. No exemplo do nariz de palhaço, há uma distinção clara entre o sujeito que diz que você tem de usar o nariz na propriedade dele e o sujeito que diz que você tem de usar o nariz na sua própria casa. O primeiro sujeito tem o direito de lhe impor o uso do nariz (e, se você não aceitar, tem a liberdade de sair da casa dele); já o segundo não tem este direito. Tudo depende de quem está legitimamente exercendo sua jurisdição. Na propriedade dele, ele é soberano. Na sua propriedade, ele não é.
A mesma regra tem de ser aplicada ao estado. As pessoas que fazem as leis de um país são as genuínas donas do país? O país é propriedade delas? Desde quando? Elas adquiriram esta suposta propriedade do país de maneira justa? Houve o consentimento de 100% da população (qualquer porcentagem abaixo desta indica que há indivíduos sendo espoliados)? Estas são perguntas morais que não podem ser ignoradas, mas que são totalmente desconsideradas pelos estatistas.
E há, por último, o argumento de que nós libertários estamos constantemente utilizando algumas infraestruturas estatais, como estradas, ruas, aeroportos, correios. Sendo assim, o simples fato de utilizarmos estes bens e serviços significa que estamos consentindo com a existência do estado e com a espoliação de nossa renda para a consecução destes serviços.
Outro problema de raciocínio. Em primeiro lugar, o fato de eu inevitavelmente utilizar sistemas monopolísticos, dos quais eu simplesmente não tenho como escapar, de modo algum indica consentimento. Dizer que utilizar as ruas de uma cidade indica consentimento com o estado é o mesmo que dizer que um prisioneiro que come a comida fornecida pela penitenciária está consentindo em estar preso.
Em segundo lugar, sempre é bom lembrar que libertários, como todos os outros cidadãos, também pagam impostos. Sendo assim, é nosso dinheiro que foi utilizado para a construção destas infraestruturas estatais. Logo, não há absolutamente nada de contraditório em utilizá-las. Aliás, você tem todo o direito de fazer uso delas, mesmo desprezando-as profundamente.
Para finalizar, todo este argumento de 'consentimento implícito' e 'consentimento tácito' não passa de uma patética cortina de fumaça criada para se desviar a atenção daquilo que realmente importa: as minhas palavras. E as minhas reais palavras (aquilo que realmente penso, e não aquilo que estatistas querem imputar a mim) não são de consentimento, mas sim de discordância e dissenso.
Que isso fique bem claro. As minhas verdadeiras palavras são: Eu não dou meu consentimento. E estas minhas palavras claramente explicitadas e proferidas não podem ser sobrepujadas por um místico 'consentimento implícito' que magicamente passa a existir em decorrência do simples fato de eu estar em um determinado local.
Resta óbvio que tudo isso não passa de um estratagema ridículo criado por pessoas que simplesmente querem ter poder absoluto, mandar na vida dos outros e escolher vencedores e perdedores. Uma vez perpetrado o esbulho, elas tentam embasá-lo e justificá-lo recorrendo a truques comportamentais, dizendo que determinadas atitudes minhas significam que eu realmente estou pedindo para ser governado, que eu implicitamente estou suplicando para ser controlado e mandado.
Não, eu não pedi implicitamente por nada disso. E eu explicitamente digo que "Não, eu não consinto em ser espoliado e controlado".
Thomas Woods
Cearenses possuem maior ascendência genética nórdica
A pesquisa genética pioneira “GPS-DNA Origins Ceará” analisou as amostras de saliva de 160 cearenses, de todas as regiões do Estado e de várias etnias, a fim de mapear os povos que formaram essa população. A pesquisa inédita de mapeamento genético no país revelou que os genes dos nórdicos que habitaram o norte gelado da Europa têm a maior predominância na origem de onde o cearense é descendente. A segunda maior predominância são os ameríndios.
Luís Sérgio Santos, professor da Universidade Federal do Ceará (UFC – Universidade Federal do Ceará) e coordenador da pesquisa, explica que o resultado foi obtido a partir da metodologia GPS-DNA, criada pelo geneticista israelense-estadunidense Eran Elhaik, consultor no estudo cearense. As amostras de saliva foram cruzadas com um banco de dados em laboratório, nos Estados Unidos, e permitiram a identificação de 28 grandes agrupamentos genéticos, chamados de “bolsões”.
A pesquisa
Um dos objetivos era responder à pergunta-chave dos estudos de Parsifal Barroso no livro “O Cearense”, lançado em 1969. À época, o autor se valeu de documentos e outros registros para construir sua teoria, mas, 50 anos depois, a tecnologia permitiu uma análise mais profunda das hipóteses.
Ao longo de 10 meses, os pesquisadores coletaram 160 amostras incluindo de grupos étnicos, como indígenas e quilombolas, e algumas personalidades em todo o lugar do estado brasileiro.
A ferramenta Geographic Population Structure (GPS) escaneia o DNA e triangula coordenadas geográficas para descobrir onde ele foi forjado e a quais bolsões (agrupamentos) genéticos pertence. O método entende que os bolsões passaram por misturas ao longo da história e tenta combinar a informação genética a um banco de dados de mais de 100 mil assinaturas de DNA.
Segundo o geneticista israelense-estadunidense Eran Elhaik, criador do GPS, o método é preciso e consegue recolocar 83% das populações no mundo de volta a seu país de origem. Luís Sérgio Santos, professor da Universidade Federal do Ceará (UFC) e coordenador da pesquisa, explica que os exames das amostras cearenses permitiram a identificação de 28 bolsões.
Os resultados: a predominância do gene nórdico europeu
“A colonização do Brasil veio da Península Ibérica, mas a pesquisa, de certo modo, desconstrói essa tese. Ela mapeia até o ano 400, então é um tempo muito anterior à fundação de Portugal. Os resultados mostram que o branco europeu que colonizou o Brasil era escandinavo, viking, visigodo, e antes disso, alemão. Por serem predadores, destruidores e impassíveis, eles deram um banho genético na Europa”. – Explica o pesquisador.
As regiões que tiveram mais força na identidade cearense foram o sul da França e a chamada Fenoscândia – que abrange Noruega, Suécia, Finlândia e Dinamarca. Na segunda posição do ranking da maior influência genética, fica o ameríndio, que provém da Sibéria e entra no novo continente por meio do Estreito de Bering, ponte natural entre a Rússia e os Estados Unidos.
Para o médico Evangelista Torquato, especialista em reprodução humana e responsável técnico da pesquisa, o levantamento pioneiro atende a dois pontos. O primeiro, da velha curiosidade sobre a pergunta “de onde eu vim?”. O segundo, do uso prático das informações pela Medicina. “Determinadas comunidades no mundo têm certos tipos de doenças, como judeus e negros. O próprio Nordeste cearense tem doenças genéticas mais específicas que estão na nossa ancestralidade”.
Raízes indígenas e nórdicas: a predominância entre ambas
O pesquisador Luís Sérgio Santos explicou o motivo de que, se o Ceará tem predominância de ancestrais europeus, por que não há tantos cabelos loiros e olhos mais claros. Isso se dá pois o “índio tem uma genética muito forte. Ele ‘dilui’ o branco e cria o pardo. Esse gene ameríndio está em todos nós, em maior ou menor quantidade”, afirmou. Mas também podemos pensar ou acrescentar aí os fatores de adaptação climática, uma vez que o estado do Ceará abrange uma área que vai do semi-árido ao tropical litorâneo.
Ele acrescenta que os dados genéticos só se sustentam se embasados em levantamentos históricos para explicar os fluxos migratórios ao longo dos séculos. Por exemplo: o estudo mostra que, apesar da contribuição histórica na formação do brasileiro, a presença do negro não teve tanta força no Ceará. As maiores influências do tipo são de povos bantos do Congo, na África subsaariana, e de outro povo que habitava a ilha de Madagascar. “Ele faz um fluxo interno no continente africano e acaba chegando por meio da escravidão”.
Uma hipótese para a baixa influência do negro no Estado está na própria leitura de Parsifal Barroso. “O Ceará demorou muito a ser colonizado e é envolto por serras, o que o autor acha que retardou o processo de colonização. Além disso, nossa mão de obra era mais indígena. Quem cuidava da pecuária eram os índios, e praticamente não tinha agricultura por causa da seca”, conta Luís Sérgio.
Como salienta o médico Evangelista Torquato, embora a regressão do mapeamento tenha remontado mil anos atrás, pode-se avançar ainda mais. “É totalmente possível fazer um mapeamento do povo brasileiro. Podemos ter outras surpresas”, adianta, salientando que a Região Sul do País tem características bem distintas da amazônica, por exemplo.
Para Igor Queiroz Barroso, presidente do Conselho Administrativo do Grupo Edson Queiroz e neto de Parsifal Barroso, desvendar a origem do cearense por meio da ciência é uma forma de compreender não só o passado, mas o presente. “A origem vem para você poder revelar, se aproximar da verdade. Será que a Caatinga é que forma o cearense? Sou um judeu brasileiro por isso ou por aquilo? Tenho braquicefalia porque venho de determinada raça ou porque durmo na rede? Isso é ciência, trazer respostas através de testes”, diz Barroso.
Para o neto do escritor, além da contribuição científica, a conclusão do estudo é uma realização pessoal, pois expandiu os horizontes já indicados pelo avô. “A pesquisa retorna 40 mil anos antes dos nossos colonizadores. Vai muito além do que Parsifal imaginou que se poderia chegar. Estou trazendo a pesquisa do meu avô um pouco mais próxima da verdade, e me sinto feliz por isso”, disse animado.
Participaram da pesquisa doando amostras pessoas de diferentes origens e localidades como, por exemplo, Maria de Lourdes da Conceição Alves, a “Cacique Pequena”. Liderança dos índios Jenipapo-Kanindé e o ex-governador do Estado, Gonzaga Mota.
Fontes:
Nícolas Paulino e Alessandro Torres. Origem do cearense: nórdicos superam índios e negros na genética. Diário do Nordeste, 27 de Julho de 2020. Disponível em: https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/metro/origem-do-cearense-nordicos-superam-indios-e-negros-na-genetica-1.2970540
quarta-feira, 29 de julho de 2020
keynesianismo: mágica ou estelionato?
Se o Tesouro se dispusesse a encher garrafas com papel-moeda, as enterrasse a uma profundidade conveniente em minas de carvão abandonadas que logo fossem cobertas com o lixo da cidade e deixasse à iniciativa privada, de acordo com os bem experimentados princípios do laissez-faire, a tarefa de desenterrar novamente as notas (naturalmente obtendo o direito de fazê-lo por meio de concessões sobre o terreno onde estão enterradas as notas), o desemprego poderia desaparecer e, com a ajuda das repercussões, é provável que a renda real da comunidade, bem como a sua riqueza em capital, se tornassem sensivelmente mais altas do que são.
É sempre necessário enfatizar este truísmo: o governo só pode gastar ou investir aquilo que ele toma de seus cidadãos [via impostos ou empréstimos]. E seus gastos e investimentos adicionais restringem, na mesma quantidade, a capacidade destes cidadãos de gastar ou investir.