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terça-feira, 14 de julho de 2020

O estilo norte-americano de condução da guerra


Primeira edição da ainda isenta revista


Artigo de um famoso correspondente de guerra norte-americano, escrito em 1948, protesta contra a exagerada difamação dos vencidos e contra os fundamentos hipócritas do tribunal militar norte-americano.

“Nós nos permitimos adulterar o Direito…”

Conhecido correspondente de guerra norte-americano escreveu o artigo abaixo, publicado na revista “The Atlantic Monthly”, em 1948. Ele é um protesto contra a exagerada difamação dos vencidos e contra os fundamentos hipócritas do tribunal militar norte-americano.

Nesta época ainda existiam alguns poucos repórteres da grande mídia que ousavam escrever a verdade. Fundada por escritores e personalidades norte-americanas, a revista mencionada acima conquistou grande influência no meio acadêmico. Hoje ela é dirigida por James Bennet, que indiscutivelmente faz parte daquele seleto grupo de senhores que garantem isenção e integridade da “mídia do ocidente”.

“O que os civis acreditam afinal de contas, que tipo de guerra eles achem que nós conduzimos? Nós liquidamos prisioneiros a sangue frio, nós pulverizamos hospitais, afundamos botes salva-vidas, matamos ou ferimos civis inimigos, acabamos com os feridos, colocamos juntos em uma cova os mortos e moribundos.
No Pacífico, nós esmagamos o crânio de nossos inimigos, cozinhamo-los para confeccionar arranjos de mesa para nossas noivas, e trabalhamos seus ossos para confeccionar abridores de garrafa.
Nós coroamos os lançamentos de fósforo e nossos assassinatos sobre a população civil com o lançamento de duas bombas atômicas sobre duas cidades indefesas e alcançamos o inigualável recorde de genocídio daquela época.
Como vitoriosos, nós nos permitimos adulterar o direito para arrastar nossos inimigos aos tribunais; mas nós devemos ser realistas o suficiente para entender que nós deveríamos ser julgados culpados, caso fôssemos levados aos tribunais por quebra das leis da guerra.

Nós conduzimos uma guerra desonrosa, pois a moral estava em último lugar nos pensamentos dos soldados do fronte.”
Edgar L. Jones

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