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segunda-feira, 3 de maio de 2021

MAQUIAVEL, INSTRUTOR DE POLITICOS CORRUPTOS

03 de Maio de 1469: Nasce o filósofo, escritor, político e historiador italiano Nicolau Maquiavel, autor da obra: "O Príncipe"

O filósofo, escritor, político e historiador italiano Niccoló Machiavelli – Nicolau Maquiavel – nasceu a 3 de Maio de 1469. Patriota durante a vida toda e acérrimo defensor de uma Itália unificada, Maquiavel tornou-se um dos pais da moderna teoria política.
Maquiavel entrou para a política na sua terra natal, Florença, quando tinha 29 anos. Como secretário de Defesa, distinguiu-se ao executar políticas que acabaram por fortalecer Florença politicamente. Logo lhe foram designadas missões diplomáticas em nome do Principado florentino para se encontrar com personalidades centrais da época, como o rei Luis XII de França e talvez a mais importante para Maquiavel, o príncipe dos Estados Pontifícios, César Bórgia. O hábil e astucioso Bórgia inspirou mais tarde o personagem título do famoso tratado de Maquiavel O Príncipe (1532).
A vida política de Maquiavel sofreu um pesado baque após 1512, quando perdeu os favores da poderosa família Médici. Foi acusado de conspiração, preso, torturado e temporariamente exilado. Foi numa tentativa de reconquistar o importante posto político e as boas graças da família Médici que Maquiavel escreveu O Príncipe que se tornou a sua obra mais conhecida .
Embora tenha sido lançado postumamente em formato de livro em 1532, a obra foi primeiramente publicada como um panfleto em 1513. Nele, Maquiavel traça a sua visão de um líder ideal: um amoral, tirano calculista, para quem os fins justificam os meios.
O pensamento de Maquiavel tem uma importância ímpar nos estudos políticos pelo facto de estabelecer uma nítida separação entre a política e a ética, bem como por deixar de lado a antiga concepção de política herdada da Grécia antiga, que visava compreender a política como ela deve ser. Maquiavel preferia estudar os factos como eles são na realidade. Nesse sentido, a sua obra teórica constitui uma reviravolta da perspectiva clássica da filosofia política grega, pois o filósofo partiu "das condições nas quais se vive e não das condições segundo as quais se deve viver". A sua teoria desmascarou as pretensões morais e religiosas em matéria de política.


O Príncipe não só fracassou em ganhar os favores da família Médici como o afastou do povo florentino. Maquiavel nunca mais foi bem recebido ao retornar à vida política. Morreu em 1527, amargurado e praticamente expulso da sociedade florentina à qual havia devotado a sua vida.
Os conceitos de virtù e fortuna são empregues várias vezes por Maquiavel nas suas obras. Para ele, a virtùseria a capacidade de adaptação aos acontecimentos políticos que levaria à permanência no poder. A ideia de fortuna representa as coisas inevitáveis que acontecem aos seres humanos, para o bem ou para o mal.
Embora Maquiavel tenha sido associado amplamente com práticas diabólicos no reino da política consagradas em O Príncipe, as suas verdadeiras visões não eram tão extremadas. De facto, em textos mais longos e detalhados como Discursos sobre os dez primeiros livros de Livy (1517) e História de Florença (1525), ele mostra-se um político moralista baseado em princípios. Não obstante, mesmo nos dias de hoje, a expressão‘maquiavélico’ é utilizada para descrever uma acção empreendida para o próprio benefício sem olhar para o certo ou errado ou a que se caracteriza pela astúcia, duplicidade, má-fé e ardil.
Maquiavel escreveu, no entanto, obras literárias e peças teatrais que pouco tinham a ver com o seu pensamento filosófico e político, embora revelassem uma inteligência brilhante e refinamento estilístico, como na peça "A Mandrágora" e no divertido conto "Belfegor" - que faz uma crítica ao consumismo da época.

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