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quinta-feira, 28 de abril de 2011

O SINO DA NOSSA IGREJA

         Estou ABISMADA e profundamente INDIGNADA.

         Não posso acreditar nas notícias que tenho ouvido na cidade e no que li na reportagem do JORNAL PIONEIRO de hoje, 20/04/2011.
         Fazer boletim de ocorrência na Delegacia de Policia e entrar com uma ação de indenização na Justiça contra os toques do sino e do relógio da Igreja Evangélica  Trindade da IECLB - Centro - de nossa cidade é simplesmente RIDÍCULO.
         Como um cidadão que está morando aqui a APENAS SEIS MESES e que aqui fica  APENAS TRÊS DIAS DA SEMANA, tem a coragem de tomar essas atitudes, esquecendo, ou ignorando, que Nova Petrópolis quer conservar vivas sua cultura germânica, sua religiosidade e suas tradições, originárias de um povo humilde que muito lutou e trabalhou neste pedaço da mata para construir beleza e prosperidade?
          Descendente de avós imigrantes italianos e casada com um descendente de imigrantes alemães não consigo ficar quieta diante de tamanho absurdo.
         Na minha cidade natal, Caxias do Sul, os sinos das igrejas continuam tocando, ou será que esse senhor pensa que em cidades maiores isso não acontece. Os sinos continuam tocando em Porto Alegre, em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Frankfurt, em Roma, em Paris, etc...etc...etc... Como seria Roma sem os sinos de suas dezenas de igrejas? E Paris...
         Em agosto passado conheci dezenas de cidades alemãs. Em todas elas os sinos das igrejas e os relógios nas torres da “alt stadt” tocam as 24 horas do dia. Um pequeno exemplo: na cidade de Speyer, na beira do rio Reno há um grande DOM, sede do bispado católico da região. O sino dessa catedral, muito, mas muito maior que o nosso e, portanto muito mais barulhento, toca a noite toda. Sei disso porque meu hotel ficava a menos de 100m. e meu quarto, de frente para o sino. Posso dizer que esse sino, sim, sacode todo o hotel e arredores. Dormi cinco noites ao som do sino gigante e respeito seu simbolismo cultural e religioso.
         Morei durante 5 anos a cem metros da nossa igreja, com filhos pequenos e nessa casa, de construção tipo chalé, nunca senti tremores ou deixei de conversar com os filhos por culpa do sino e do relógio.
         Enfim, essas alegações ridículas me permitem deduzir que há outras pessoas e/ou outros interesses atrás dos fatos. Isto realmente não pode ser mais importante que a nossa história, a nossa cultura e a nossa religiosidade.
         Por que não se preocupar com problemas realmente graves do nosso centro?
         Há tantos....
         Peço aos meus ex-colegas de magistério do município, que continuam “na ativa” e aos que ainda trabalham e muito, pela cultura e pelo turismo do município que se mobilizem também contra essa BARBARIDADE.
         Do alto dos meus “bem vividos 63 anos” tomo a liberdade de sugerir ao pequeno grupo de pessoas participantes do abaixo assinado que reclamam do  barulho e ao cidadão que quer uma indenização: procurem uma moradia bem no meio do mato, longe de coisas e pessoas que por ventura possam incomodá-los. Porém lembrem que terão que aguentar as corujas chorosas piando, os quero-queros sentinelas, os  bugios urrando  por suas fêmeas - a noite toda - e os sabiás cantando antes do amanhecer.
         Respeitem nossas origens e nossa história.. Já foram destruídas algumas referencias importantes de nosso município. Não contribuam para acabar com outras.
        
 Mary Beatriz G Haas

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