Na última quarta-feira, a coluna abordou as posses dos parlamentares, ressaltando que se esperava uma mudança de comportamento nos novos mandatos, que os deputados e senadores pensassem menos em regalias e trabalhassem mais em ações voltadas à população. Mas havia um temor naquele texto, neste trecho: “Apesar da desconfiança em relação a estreantes sem histórico na política, como os deputados federais Tiririca, Romário e Danrlei, espera-se que a nova legislatura traga resultados positivos”.
E não é que dois dias depois a desconfiança se confirma em relação a um dos citados. O ilustre ex-jogador de futebol Romário, eleito deputado federal com 146 mil votos em outubro de 2010, esteve oficialmente presente na primeira sessão legislativa da Câmara. Mas a presença foi só migué, expressão usada por aqueles que percorrem os campos e significa enganação.
A sessão ocorreu das 14h às 18h40min de quinta-feira. Conforme apurou o jornal Extra, do Rio de Janeiro, ele registrou sua participação às 10h17min. Confirmações de presença antes das discussões são permitidas. Horas mais tarde, Romário foi visto, mas não em Brasília. Ele foi flagrado, por volta das 17h, em uma partida de futevôlei na Barra da Tijuca (foto). No dia 1º de fevereiro, ao tomar posse, o campeão mundial pelo Brasil em 1994 tinha declarado que o esporte na praia seria praticado somente nos fins de semana.
Ao se comportar dessa maneira, abusando do cargo que ocupa, Romário provoca um desencanto rápido nas esperanças de mudança na política. Foi como um gol sofrido logo no primeiro minuto de jogo. Conseguirão os outros ocupantes de cargo público virar o jogo nos próximos quatro anos?
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