Minha estadia nos EUA é temporária, e é possível que volte ao Brasil em seu devido tempo. Na verdade, até que gosto do Brasil. Tenho muitos amigos, família, talvez seja um estilo de vida mais fácil do que o americano, e mesmo em termos de trabalho é possível que eu tenha mais oportunidades aí do que aqui. A política não incomoda tanto se você não se mete com ela. A única coisa que me preocupa realmente sobre essa volta é -- o crime.
A sensação de insegurança no Brasil é um problema. Por que há tanto crime no Brasil?
Em Los Angeles, ocorre uma coisa curiosa. Há bairros pobres onde ocorrem assaltos, assassinatos, brigas de gangues, estupros e roubos. Claro que não na mesma escala do que no Brasil, mas ocorrem. Mas esse crime raramente chega nos bairros mais ricos ou de classe média. Neles, as casas não têm altos muros ou grades como no Brasil. O risco de ser assaltado na rua em um desses bairros à noite é relativamente baixo. (Existe, ocorreram casos; mas são poucos).
É porque existe mais policiamento? Talvez, mas à primeira vista não pareceria. Quase não se vê policiais andando pelas ruas, e se há carros de polícia eles estão no centro da cidade, ou então no gueto.
É pela maior prosperidade geral? Pode ser, mas a relação entre pobreza e crime nem sempre é direta. A pobreza, o desemprego e a diferença entre as classes sociais aumentaram muito nos EUA nas últimas décadas. Porém, o crime diminuiu. Mesmo contando apenas o último ano, de plena crise econômica e bancarrotas gerais, houve uma diminuição de todos os tipos de crime. Qual seria a explicação?
Alguns apontam para o óbvio: quanto mais criminoso nas cadeias, menos crime. De acordo com o Reinaldo Azevedo, é a mesma razão para a diminuição do crime em São Paulo nos últimos anos. A taxa de encarceramento aumentou de modo inversamente proporcional à diminuição do crime. E, nos EUA, se o sujeito cometer um crime, raramente tem escapatória: é provável é que termine na cadeia. Por mais que os esquerdistas chiem e queiram acabar com essa "injustiça".
Mesmo assim, isso não explica outros mistérios. Se há crime no gueto, por que os assaltantes não cometem mais assaltos nos bairros de classe média, onde teriam mais oportunidades, forçando seus habitantes a construírem casas com grades? Se as gangues de traficantes mexicanos se matam entre si no México, por que essa matança não chegou ainda nos EUA, mesmo com quase 50% de mexicanos na Califórnia? (Não faltam traficantes por aqui; tampouco podemos citar como causa a incapacidade do povo americano para a violência. Nos anos 20, Al Capone e sua turma barbarizavam.)
É possível que tudo mude. As ruas de NY já foram perigosas. (Em 1980, a taxa de homicídios na Big Apple era de 12,7 por 100.000 habitantes. A do Rio de Janeiro, no mesmo ano, de 11,8.) E, dizem que se cortassem o welfare na Califórnia, haveria quebra-quebra e violência geral. Pode ser. O fato é que o crime está diminuindo nos EUA e ainda aumenta no Brasil.
Alguma coisa estamos fazendo errado.
A sensação de insegurança no Brasil é um problema. Por que há tanto crime no Brasil?
Em Los Angeles, ocorre uma coisa curiosa. Há bairros pobres onde ocorrem assaltos, assassinatos, brigas de gangues, estupros e roubos. Claro que não na mesma escala do que no Brasil, mas ocorrem. Mas esse crime raramente chega nos bairros mais ricos ou de classe média. Neles, as casas não têm altos muros ou grades como no Brasil. O risco de ser assaltado na rua em um desses bairros à noite é relativamente baixo. (Existe, ocorreram casos; mas são poucos).
É porque existe mais policiamento? Talvez, mas à primeira vista não pareceria. Quase não se vê policiais andando pelas ruas, e se há carros de polícia eles estão no centro da cidade, ou então no gueto.
É pela maior prosperidade geral? Pode ser, mas a relação entre pobreza e crime nem sempre é direta. A pobreza, o desemprego e a diferença entre as classes sociais aumentaram muito nos EUA nas últimas décadas. Porém, o crime diminuiu. Mesmo contando apenas o último ano, de plena crise econômica e bancarrotas gerais, houve uma diminuição de todos os tipos de crime. Qual seria a explicação?
Alguns apontam para o óbvio: quanto mais criminoso nas cadeias, menos crime. De acordo com o Reinaldo Azevedo, é a mesma razão para a diminuição do crime em São Paulo nos últimos anos. A taxa de encarceramento aumentou de modo inversamente proporcional à diminuição do crime. E, nos EUA, se o sujeito cometer um crime, raramente tem escapatória: é provável é que termine na cadeia. Por mais que os esquerdistas chiem e queiram acabar com essa "injustiça".
Mesmo assim, isso não explica outros mistérios. Se há crime no gueto, por que os assaltantes não cometem mais assaltos nos bairros de classe média, onde teriam mais oportunidades, forçando seus habitantes a construírem casas com grades? Se as gangues de traficantes mexicanos se matam entre si no México, por que essa matança não chegou ainda nos EUA, mesmo com quase 50% de mexicanos na Califórnia? (Não faltam traficantes por aqui; tampouco podemos citar como causa a incapacidade do povo americano para a violência. Nos anos 20, Al Capone e sua turma barbarizavam.)
É possível que tudo mude. As ruas de NY já foram perigosas. (Em 1980, a taxa de homicídios na Big Apple era de 12,7 por 100.000 habitantes. A do Rio de Janeiro, no mesmo ano, de 11,8.) E, dizem que se cortassem o welfare na Califórnia, haveria quebra-quebra e violência geral. Pode ser. O fato é que o crime está diminuindo nos EUA e ainda aumenta no Brasil.
Alguma coisa estamos fazendo errado.
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