O que há de essencialmente estúpido na tese de que casos como o da escola do Rio ou da violência epidêmica que há no Brasil se combatem com a proibição da venda de armas? O óbvio, ora essa: as armas utilizadas nesses crimes não foram legalmente compradas. É tão simples! É tão evidente! É tão escancaradamente factual que as “pessoas boas” preferem ignorar o óbvio.
As bobagem brotam aos borbotões. Tentei escrever com a TV ligada — não preciso de silêncio sepulcral para articular umas tantas idéias; seria interessante ter acesso a informações novas e tal… Mas quê! Tive de desligar! Lá estão jornalistas “bonzinhos” , com ar compungindo, querendo proibir a venda de armas; lá estão os “especialistas” articulando seus “preconceitos do bem”. Ignoram os números, ignoram os dados, ignoram a realidade. Pra que ter um mínimo de objetividade quando se quer salvar a humanidade? Por que lidar com dados quando se quer fazer justiça com o próprio microfone ou com o plróprio telcado? É duro, sei, ter de falar alguma coisa no ar sem ter o que dizer. Como as reportagens são precárias, então entram em cena os palpiteiros. Eles querem nos salvar!
O que há de nexo causal entre a venda legal de armas e a tragédia, Santo Deus? Os dois temas não estão nem mesmo correlacionadas. Inexiste uma política de segurança pública contra psicopatas — o que não quer dizer que as escolas não devam ter mais segurança, e trato desse assunto daqui a pouco. O que existe, aí sim, é a possibilidade de se implementar uma política de segurança pública que reduza o escandaloso número de mortes no Brasil.
Para Dilma, o crime não tem a ver com as “nossas características”. Pois é: pensando apenas em vidas humanas, presidente, se nos equiparássemos aos EUA em certas “características”, talvez tivéssemos algumas chacinas a mais em escolas, é fato!, mas, em vez de 50 mil homicídios por ano no Brasil, teríamos apenas 7.140, a senhora entende? A senhora tem idéia do trabalho gigantesco que seria necessário para fazer com o que Brasil tivesse apenas 6 homicídios por 100 mil habitantes, como têm os EUA? Por que escrevo isso? Porque pretendo que suas lágrimas sinceras de hoje à tarde não obscureçam o seu pensamento e não levem seus ministros — “que têm de fazer alguma coisa” — a fazer alguma besteira. Por que não buscar remediar o que é remediável?
E o que é remediável? Organizar a vigilância de fronteira para que parem de entrar drogas e armas no Brasil. Ter uma polícia mais eficiente que se ocupe de prender bandidos, em vez de espantá-los e esparramá-los. Eu não estou fazendo referência oblíqua à festejada política de segurança pública do Rio. Eu nunca sou oblíquo! Eu estou fazendo referência direta mesmo, reta, perpendicular! A propósito: querem proibir o cidadão decente de comprar armas, não é? E aquelas que ficaram de posse da bandidagem que se mandou do Morro do Alemão, por exemplo? Tirar armas da mão de gente decente é fácil; qualquer covarde faz isso. Quero ver é tomar o trabuco da mão de bandidos.
O número de homicídios no Brasil é vergonhoso, e querem, agora, usar uma ocorrência excepcional, sem qualquer relação com uma política de segurança pública, para impor uma agenda que nem coibiria os psicopatas nem aumentaria a segurança das pessoas de bem! Ora, vão se instruir, vão estudar lógica, vão plantar batatas! A Polícia de São Paulo está sob intenso bombardeio por conta de dois bandidos, disfarçados de policiais, que executaram um outro bandido. A instituição fez o certo para punir os criminosos que usavam farda indevidamente: encarcerou-os e o fez antes que o caso se tornasse público; não optou pela coisa certa pressionada pela opinião pública ou pela imprensa.
É evidente o esforço de certas áreas para desmerecer o trabalho de uma polícia que reduziu o número de homicídios em mais de 70% em dez anos, um caso mundial de sucesso na redução da violência. Os “esquerdopatinhas” das redaçõe estão num assanhamento danado. O governo federal, mesmo este da Dilma, A Muda Decorosa, se nega a aprender com são Paulo; a aprender, diga-se, até com a estúpida execução recente do marginal: os assassinos estão presos. Prefere entregar-se a mistificações midiáticas, que largam na rua os bandidos com suas armas — de novo, sou direto, não oblíquo. Ainda não se inventou nada melhor contra a violência do que prender bandido — São Paulo tem 22% da população e mais de 40% dos presos; boa parte deles não é do estado. O que quero dizer com isso? Que paulista é menos propenso ao crime? Que besteira! Estou dizendo que o estado está fazendo o que outros estão deixando de fazer, só isso!
Mas quê… A tragédia de agora contribuirá para obscurecer ainda mais o que já está bastante confuso. Há pouco, um desses estúpidos letrados dizia, cheio de entusiasmo, que os homicídios no Brasil diminuíram depois do Estatuto do Desarmamento! É mentira! O número caiu drasticamente em São Paulo nos últimos dez anos, mas aumentou espantosamente no Nordeste, por exemplo. Onde este senhor estudou lógica? Onde aprendeu a ler números? Por que o estatuto teria funcionado num estado da Região Sudeste, mas não nos nove da Região Nordeste? Que número o quê! Ele é mais um dos que querem nos salvar desarmando quem não oferece risco nenhum!
Repudiem essa besteira não porque ter arma é bacana. Se querem saber, eu acho que não é. Mas é uma estupidez tentar tolher direitos de quem não é bandido para combater… bandidos! Essa é mais uma das taras da esquerdopatia; esse tipo de “pacifismo” é mais um daqueles subprodutos daquela esquerda deserdada do comunismo; é mais uma manifestação daquele pensamento que prefere, como é mesmo?, condenar a “insensibilidade da sociedade” em vez de meter marginal na cadeia, que lá é o lugar deles - com todos os seus direitos assegurados, é evidente; os direitos de marginais, certo? E eles não têm o direito de matar, roubar, aterrorizar.
Por Reinaldo Azevedo
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