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domingo, 17 de julho de 2011

Comissão alemã desiste de dar prêmio de direitos humanos a Putin

Os organizadores de um importante prêmio alemão de direitos humanos anunciaram neste sábado que desistiram de premiar o ex-presidente russo e atual primeiro-ministro do país, Vladimir Putin, depois de receber fortes críticas pela decisão.

Vladimir Putin. Foto: AFP
Relação russo-alemã
Putin seria reconhecido, segundo os organizadores, por seu "serviço para a confiança e a estabilidade da relação russo-alemã".

Os críticos de Putin, no entanto, dizem que, enquanto foi presidente russo, entre 2000 e 2008, o ex-chefe da KGB supervisionou políticas opressivas de governo e desvios das liberdades civis.
O comissário da Alemanha para direitos humanos, Markus Loening, chegou a dizer que colocar Putin ao lado do ex-presidente checo Vaclav Havel e do ex-líder soviético Mikhail Gorbachev (ambos vencedores do Quadriga) era algo "francamente cinico" e que desvalorizava o prêmio.
A escolha de Putin fez com que o vencedor do Quadriga em 2010, o artista dinamarquês Olafur Eliasson, devolvesse o seu prêmio.
Já Vaclav Havel ameaçou devolver o seu Quadriga, recebido em 2009, em protesto ao anúncio da premiação ao líder russo.
Neste sábado, uma porta-voz de Havel disse que, na opinião do ex-presidente checo, a desistência em premiar Putin era algo "muito sábio".
Ela afirmou que o Quadriga deveria ser dado a pessoas que "dedicaram suas vidas à proteção dos direitos humanos e das liberdades, e promovendo a democracia".
A porta-voz de Havel citou o dissidente chinês Liu Xiaobo, o ativista russo Sergei Kovalov e a jornalista russa Anna Politkovskaya (morta a tiros em 2006) como exemplos de pessoas que mereceriam o prêmio.
Um porta-voz do premiê russo afirmou que a polêmica não abala a relação entre o seu país e a Alemanha, e que Moscou "trata com respeito qualquer decisão desta organização".

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