Bunker da Cultura Web Rádio

domingo, 17 de julho de 2011

O discurso de Roosevelt sobre o “mapa secreto”

"estamos impelidos a fazer nossa parte para a destruição do Hitlerismo"

Franklin Roosevelt mentiu freqüentemente para promover seus objetivos. Em um discurso por transmissão de rádio para a nação em 23 de Outubro de 1940, por exemplo, ele deu "a mais solene garantia" de que ele não tinha efetuado qualquer "acordo secreto de qualquer tipo por via direta ou indireta, com qualquer governo ou outra nação em qualquer parte do mundo, para envolver esta nação em alguma guerra ou para qualquer outra finalidade”. Mas documentos americanos, britânicos e poloneses (a maior parte liberada muitos anos mais tarde) revelaram que esta "mais solene garantia" era uma mentira descarada. Roosevelt tinha realizado, na verdade, inúmeros acordos secretos para envolver os E.U.A. em guerra.

De todos os seus discursos, talvez o melhor exemplo da predisposição de Roosevelt para mentir seja o seu pronunciamento via rádio à nação, por ocasião do Dia da Marinha (Navy Day), em 27 de outubro de 1941.

Muita coisa tinha acontecido no mês anterior aquele discurso. Em 11 de Março de 1941 Roosevelt promulgou o decreto Lend-Lease como lei, permitindo o incremento no fornecimento de ajuda militar para a Grã-Bretanha, em violação à neutralidade dos E.U.A. e ao direito internacional. Em abril, Roosevelt enviou ilegalmente tropas para ocupar a Groelândia. Em 27 de maio ele proclamou um estado de "emergência nacional ilimitado", uma espécie de declaração presidencial de guerra que driblava um poder constitucionalmente reservado ao Congresso. Em seguida ao ataque do Eixo à URSS em junho, a administração Roosevelt começou a enviar enormes quantidades de ajuda militar aos soviéticos sitiados. Essas expedições marítimas também violaram de forma flagrante o direito internacional. Em julho, Roosevelt ilegalmente enviou tropas americanas para ocupar a Islândia.

Os E.U.A , representantes do capitalismo, apoiando a U.R.S.S comunista? Não seria uma contradição? A não ser que forças ocultas estivessem na supervisão dos eventos- NR

O presidente começou seu discurso do Dia da Marinha recordando que os submarinos alemães haviam torpedeado o destroyer americaco “Greer”, em 4 de Setembro de 1941, e o destroyer americano “Kearny’, em 17 de Outubro. Em um tom altamente emotivo, ele caracterizou estes incidentes como atos de agressão desmotivados dirigidos contra todos os americanos. Ele declarou que embora tivesse querido evitar o conflito, os disparos tinham começado e a "história tem registrado quem deu o primeiro tiro." O que Roosevelt deliberadamente não mencionou foi o fato de que, em cada caso, os destroyers americanos haviam sido envolvidos em operações de ataque contra os submarinos, que dispararam em legítima defesa apenas como último recurso. Hitler pretendia evitar a guerra com os Estados Unidos, e tinha ordenado expressamente aos submarinos alemães que evitassem conflitos com os navios de guerra americanos a todo custo, exceto para impedir a destruição iminente. As diretrizes da política de Roosevelt “shoot on sight” para os Marinha dos E.U.A. foram especificamente concebidas para criar incidentes como o que ele hipocritamente condenou como inevitável. Seus esforços provocativos para incitar Hitler a uma declaração de guerra contra os E.U.A haviam falhado, e a maioria dos americanos continuavam a se opor a um envolvimento direto no conflito europeu.

Situação similar viveu o Brasil, empurrado à Guerra em razão de interesses que não lhe diziam respeito. O livro do historiador gaúcho Sérgio Oliveira, “Getúlio Vargas depõe: o Brasil na Segunda Guerra Mundial”, relata os fatos que envolveram a verdadeira história sobre os afundamentos dos navios brasileiros, ataque este motivado pela análoga quebra de neutralidade do governo brasileiro. - NR

E assim, em um esforço para convencer seus ouvintes de que a Alemanha era uma verdadeira ameaça para a segurança americana, Roosevelt prosseguiu no seu discurso do Navy Day com um surpreendente anúncio: “Hitler seguidamente tem declarado que seus planos de conquista não atravessem o Oceano Atlântico. Eu tenho na minha posse um mapa secreto dos idealizadores de uma Nova Ordem Mundial, feito na Alemanha pelo governo de Hitler. É um mapa da América do Sul e uma parte da América Central, em que Hitler se propõe a reorganizá-los.” Este mapa, explicou o presidente, mostrou a América do Sul, bem como "a nossa grande linha da vida, o Canal do Panamá", dividida em cinco estados vassalos sob domínio alemão. "Esse mapa, meus amigos, torna clara a concepção nazista não apenas contra a América do Sul, bem como contra os Estados Unidos."

Roosevelt prosseguiu revelando que ele também tinha em sua posse "um outro documento redigido na Alemanha pelo governo de Hitler. Trata-se de um plano detalhado para abolir todas as religiões - católica, protestante, islâmica, hindu, budista, judaica e demais", o qual a Alemanha vai impor "sobre um mundo dominado, se Hitler vencer."

"Os bens de todas as igrejas serão apreendidos pelo Reich e seus fantoches. A cruz e todos os outros símbolos religiosos deverão ser proibidos. Os sacerdotes serão totalmente liquidados. No lugar das igrejas de nossa comunidade será erigida uma Igreja Nazista Internacional, uma igreja que será servida por oradores enviados pelo governo nazista. E no lugar da Bíblia, as palavras do Mein Kampf serão impostas e concebidas como Escrituras Sagradas. E, no lugar da cruz de Cristo serão colocados dois símbolos: a suástica e a espada nua.”


Roosevelt enfatizou o importância das suas "revelações", declarando: "Ponderemos bem sobre estas verdades sinistras que lhes contei acerca dos planos Hitleristas presentes e futuros." Todos os americanos, disse ele, "são confrontados com a escolha entre o o tipo de mundo que queremos viver e qual o tipo de mundo que Hitler e suas hordas iriam impor sobre nós". Assim sendo, "estamos impelidos a fazer nossa parte para a destruição do Hitlerismo." O governo alemão reagiu imediatamente ao discurso do Roosevelt, denunciando seus "documentos" como fraudes absurdas. O governo italiano declarou que, se Roosevelt não publicar o seu mapa "dentro de 24 horas, ele irá adquirir uma alta reputação como falsário." Na conferência de imprensa no dia seguinte, um repórter solicitou, naturalmente, por uma cópia do "mapa secreto” ao Presidente. Roosevelt recusou, insistindo apenas que ele veio "do que é, sem dúvida, uma fonte confiável."

Tal como tem acontecido muitas vezes, a verdade sobre o mapa não foi revelada até muitos anos depois da guerra: foi uma falsificação produzida pelo serviço de inteligência britânica, provavelmente no seu laboratório técnico em Ontário, Canadá. William Stephenson (codinome: Intrepid), chefe das operações de inteligência britânica na América do Norte, passou-o para o chefe da inteligência americana William Donovan, que repassou a Roosevelt. Em um livro de memórias publicado no final de 1984, Ivar Bryce, agente britânico à época de guerra, reclamou o crédito pela elaboração do projeto do "mapa secreto". É evidente que o outro "documento" citado por Roosevelt, destinado a delinear os planos alemães de abolição das religiões, era tão fraudulento como o "mapa secreto".

Algumas autoridades americanas estavam preocupadas com as investidas britânicas, ao tempo da guerra, para enganar o povo e o governo americano. Em um memorando datado de 5 de setembro de1941, encaminhado ao secretário de Estado Cordell Hull, o Secretário de Estado Adjunto Adolf Berle alertou que agentes da inteligência britânica agentes estavam fabricando documentos falsos detalhando supostas conspirações alemãs. Os americanos deveriam estar atentos contra estes falsos alarmes forjados pelos britânicos, concluiu Berle.

É improvável que qualquer dos grandes contemporâneos de Roosevelt, incluindo Stalin, Hitler e mesmo Churchill, tenham feito um discurso cheio de calúnias tão vergonhoso como aquele do Dia da Marinha em 1941. Pelo menos uma vez, Roosevelt admitiu privadamente sua disposição em mentir para alcançar seus objetivos. Em uma conversa de 14 de Maio de 1942 com o seu contíguo conselheiro judeu, o secretário do Tesouro Henry Morgenthau Jr., o presidente comentou francamente: "Eu devo possuir uma política para a Europa e uma diametralmente oposta para a América do Norte e do Sul. Eu posso ser totalmente incoerente, e ainda assim, estou perfeitamente preparado a enganar e contar mentiras, se elas forem nos ajudar a vencer a guerra."

por Mark Weber

Referências:

Bratzel, John F., and Leslie B. Rout, Jr., "FDR and The Secret Map ," The Wilson Quarterly (Washington, DC), New Year s 1985, pp. 167-173.

"Ex-British Agent Says FDR s Nazi Map Faked," Foreign Intelli- gence Literary Scene (Frederick, MD: University Publications of America), December 19-84, pp. 1-3.

"President Roosevelt s Navy Day Address on World Affairs," The New York Times, 28 October 1941.

FONTE: The Journal of Historical Review, Spring 1985 (Vol. 6, No. 1), pages 125-127.

Um comentário:

  1. Roosevelt não passou de um lobo em pele de cordeiro. E o pior é que muitos logradouros públicos ainda se intitulam com nomes desse tipo de políticos mentirosos e sem escrúpulos que usaram o poder que dispunham para fins inconfessáveis.

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