A
economista Anne Krueger, no
artigo de 1974 em que cunhou o termo "rent seeking", alertou para
um efeito dessa prática: o ressentimento contra o capitalismo. As pessoas
tendem a questionar um sistema que premia não os mais produtivos ou talentosos,
mas sim os sortudos que são "amigos do rei" ou se mantêm por
privilégios concedidos pelo governo.
Obviamente,
tal arranjo é o exato oposto de capitalismo de livre mercado. Uma nomenclatura
mais apropriada seria "capitalismo
de quadrilhas", "capitalismo
de laços" ou simplesmente mercantilismo. No entanto, no imaginário popular,
tal arranjo é a definição exata de capitalismo, daí ocorrendo todo o estrago.
Outro
efeito nocivo é a desigualdade ruim, aquela causada por privilégios e não pelo
talento. Em "O
Preço da Desigualdade", Joseph Stiglitz afirma que o rent seeking é uma causa relevante de
concentração de renda principalmente
na América Latina. Os supersalários de juízes são só um entre tantos
exemplos.
Um
país caro, fechado a importações, que exige diploma para qualquer profissão,
desigual, ressentido contra o capitalismo e onde empresas disputam favores de
políticos. Rent seeking tem tudo a
ver com isso.
Assim,
a única maneira lógica de combater essa distorção é reduzir o estado a uma
mínima expressão, limitando enormemente (ou até mesmo eliminar) a autoridade
política que socialmente concedemos e reconhecemos ao estado. Se o estado perde
seu poder de conceder privilégios àqueles grupos que o capturam, estes não irão
adquirir autoridade política para obter privilégios à custa da sociedade.
Um modelo
intervencionista que anula o livre mercado — retirando o poder de decisão da
sociedade (consumidores) e o entregando a políticos e burocratas, que então
assumem a tarefa de decidir quais empresas irão prosperar (com o dinheiro de
impostos dos cidadãos) — tem de ser abolido.
A concentração de poder no
estado faz com que ele se torne um irresistível instrumento de redistribuição de
renda: dos pagadores de impostos para as minorias organizadas (lobbies, grupos
de interesse e grandes empresários com conexões políticas). Enquanto houver
estado grande, intervencionista e ultra-regulador, lobbies, grupos de interesse
e subornos empresariais sempre serão a regra
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