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terça-feira, 2 de junho de 2020

Atenção: “Fascista” não significa “todo mundo que eu não gosto”!

Parece oportuno que neste momento de consternação político-social, em que todo indivíduo desconhecedor da historiografia decidiu por se declarar anti-fascista, trabalhemos no sentido de esclarecer e desmistificar determinadas características, bem como deliberadas falsificações históricas, imputadas a este modelo político sobre o qual tanto se fala e do qual tão pouco se estuda. Assim, nas seguintes três ponderações relativas ao fascismo real que se sucedem neste texto, recomenda-se que o leitor iniciante forme uma base a partir da qual possa adentrar no estudo teórico da doutrina de Benito Mussolini e Giovanni Gentile apartado de desvios intelectuais cada vez mais fomentados pelo meio social e político. 

1 – Antes de tudo, faz-se mister ressaltar a compreensão quanto aos meios pelos quais pode-se colocar à estudar o fascismo. Todo empreendimento de abstração e apreensão de conhecimento, demanda que o indivíduo desvincule seu horizonte de consciência relativo ao tópico em questão de conceitos pré concebidos e esforços mentais de categorizar o objeto do qual se estuda em análises exteriores ao mesmo. Assim, quando colocar-se a estudar a história e a ideologia do fascismo, abstenha-se de juízos de valor concebidos pela repetição babuína das esquerdas quanto ao tópico. 

Por auto-evidência, destaca-se a importância de compreender que o grande entendimento acerca do fascismo não reside nos vídeos do pretenso presidente da república Felipe Neto, nem tampouco nos livretos rabiscados por Márcia Tiburi e sua turma, mas nas obras dos verrdadeiros delineadores da ideologia, como Benito Mussolini, Giovanni Gentile, Oswald Moslay, Julius Evola, etc. Ademais, mas não menos importante: “fascista” não é um silogismo para “todo mundo que eu não gosto”, nem um grito de acusação dirigido àqueles que se pretende amordaçar e censurar. Também na contramão das teses desinformantes postas em vigências pelos agentes apátridas da Escola de Frankfurt, o fascismo não é análogo a toda e qualquer conduta de autoridade exercida por um pai de família sobre sua prole ou de um professor sobre seus alunos.

2 – Uma vez entendido que todo esforço por reduzir uma ideologia da concretude de suas idiossincrasias e complexidades ao mero chavão politiqueiro, compreendamos a seguinte verdade: embora – como prescrito por Mussolini nas primeiras frases de “A Doutrina do Fascismo” – o fascismo seja adaptável a todas as nações conforme suas contingências de tempo e espaço, a ideologia ainda conserva uma fórmula estrutural fundamentada no ideal da existência de um corpo histórico nacional comum, mediante o qual todos os membros do respectivo Estado unem-se em comunhão metafísica com o propósito de continuar a desenvolver a civilização legada pelos seus antepassados. Essa união consolida-se na formação de um paramento estatal orgânico liderado por uma figura cônsul e sintetizadora dos anseios nacionais e dos valores do povo.

Caso o leitor sofra de alguma grave patologia mental e ainda não tenha compreendido, ressalvarei aqui que não pode haver nem um único elemento do fascismo em regimes de caráter liberal , sobretudo quando os mesmos se propõe a redução do aparato estatal e a descentralização e fragmentação da unidade da pátria. Assim, o bolsonarismo não pode ser confundido com o fascismo – e, se de fato de configurasse enquanto um regime fascista, não haveriam no Brasil as privatizações e a espoliação do capital nacional pelas potências estrangeiras, mas o pleno emprego e a intervenção estatal no fomento e na criação de indústrias nacionais; não haveria a indiferença aos movimentos sociais que contrariam os valores do povo, mas a sistemática supressão dos mesmos; não teríamos uma política internacionais declaradamente sionista e americanista, mas nacionalista, soberanista e desenvolvimentista.

3 – Quanto mais nos afastamos do século XX, mais se consolida a hegemonia liberal e menos subsistem modelos autônomos de Estado, como o fascismo e o comunismo. O anti-fascismo, bem como o anti-comunismo, porém, permanecem em vigência – por que? Simples, porque se tratam de meros elementos retóricos de grupos políticos que anseiam por fortalecer sua agenda liberal e criminalizar todo o tipo de prescrição política que escape de sua agenda hegemônica. O verdadeiro e único inimigo hoje em vigência, é o liberalismo ambidestro e metapolítico que paira como uma praga em todos os partidos, jogando irmãos contra irmãos e em nada contribuindo para a unidade nacional e para a proposição de resoluções que atendam as problemáticas que afligem a todos.

O fascismo nunca esteve tão distante do Brasil e do mundo… E nunca foi tão importante nos informarmos quanto a ele.
Eduardo Salvatti

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