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segunda-feira, 1 de junho de 2020

O HORRENDO CASO DE ESTUPRO DA FEB DURANTE A SEGUNDA GUERRA


Imagem meramente ilustrativa de uma boneca quebrada
Imagem meramente ilustrativa de uma boneca quebrada - Divulgação

Infelizmente, o estupro era uma prática comum dos exércitos da Segunda Guerra Mundial, e entre os brasileiros — por mais que em baixo grau—, também ocorria. Porém, entre os poucos casos conhecidos que envolveram os membros da Força Expedicionária Brasileira, alguns não revelaram prisioneiros de guerra ou cidadãos inimigos, mas, como em um caso reprovado pela Justiça, aconteceu entre anfitriões.
Acontece que dois soldados gaúchos, Adão Damasceno Paz e Luiz Bernardo de Morais, foram condenados e voltaram presos da Itália no final da guerra, após estupros cometidos em Bolonha. Alvo de inquérito, o episódio levou à condenação à morte dos dois, mas que nunca ocorreu.
Em janeiro de 1945, os dois soldados teriam adentrado na comuna de Granaglione à procura de uma menina de 15 anos, Giovanna Margelli. Entraram na casa da jovem, a princípio por convite da família, durante o inverno.

Adão e Luiz / Crédito: Divulgação

A família estava se aquecendo próximos a lareira: a garota, uma prima de 23 anos, seu filho de 3, e mais dois parentes, de 20 e 14, respectivamente, além de uma avó idosa e doente. Era noite e os soldados estavam com a cara coberta para proteção contra a neve.
Segundo o relato dos réus, Luiz Bernardo teria se sentado próximo a uma lamparina quando Adão sugeriu que eles apagassem a luz e partissem para cima da menina. O combatente, então, pediu para que o primo Stefano apagasse a lâmpada e, com a relutância do jovem, Luiz levantou-se e disparou contra o objeto.
Isso gerou grande medo e a família fugiu dispersa. Giovanna, porém, não conseguiu. Um dos primos teria sido preso num banheiro, de onde fugiu pela janela. Adão, então, agarrou a garota enquanto Luiz afugentava os outros, que não reagiram por estarem desarmados.
Adão violentou a menina enquanto o companheiro fazia a guarda. Diante do caos, um tio da garota (Leonardo) entrou para saber o que acontecia, e foi morto com um tiro de Luiz Bernardo no pescoço. Então, o pracinha começou a gritar para que Adão andasse “ligeiro”, por conta do assassinato.
Porém, logo que Adão acabou, eles inverteram as posições e Luiz passou mais meia hora supostamente estuprando a garota — depois, em depoimento, foi comprovado que ele não conseguira consumar pois a bebedeira de vinho, antes do ocorrido, o deixara impotente.

FEB / Crédito: Domínio Público

Após o ocorrido, os dois foram denunciados pela Primeira Divisão de Infantaria Expedicionária. Isso porque Stefano entregou seu cachecol, deixado lá por acidente, como prova do crime. Uma junta médica, depois, ainda provaria em exames que a jovem, aterrorizada, fora estuprada.
O inquérito movimentado pelo caso, comandado pelo tenente-coronel Eugênio Carvalho do Nascimento, revelou que, depois do crime, os dois praças saíram perseguindo Giovanna pelo vilarejo. 
Todavia, esse foi um dos muitos casos de estupro ocorridos, no entanto, o julgamento acabou em impugnação não pela violência sexual: ambos foram condenados à execução pelo assassinato de Leonardo na garantia de um crime carnal.
Os dois soldados tinham um péssimo histórico de infrações militares por embriaguez e saídas não autorizadas. Mas, como os pracinhas voltaram vitoriosos para o Brasil, o cenário favoreceu o perdão judicial dos dois estupradores. Os dois, então, receberam indultos do governo.
Anos depois, Adão, na pobreza, teria sido preso por furto. Na audiência, respondera que já havia sido processado e condenado à morte. "Que história é essa? Brasil não tem pena de morte", respondeu o juiz, incrédulo.

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