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segunda-feira, 27 de junho de 2011

Por que não te calas, José Graziano?

José Graziano, o fracassado ministro da Fome Zero, acaba de ser eleito diretor-geral da FAO, orgão da ONU para a Agricultura e Alimentação. Venceu Miguel Moratinos, ex-ministro das Relações Exteriores da Espanha, por quatro votos. Todos os jornais estampam que foi uma eleição do Sul contra o Norte. Os países desenvolvidos votaram em Moratinos, os países pobres votaram em Graziano. Não vai aí nenhum mérito. Há 35 anos que a FAO é dirigida por países pobres. O resultado é que a fome no mundo aumentou e que a instituição aplica mais de 70% da sua renda em custeio, na atividade-meio. Um péssimo modelo de gestão. 

Hoje Graziano deu a sua primeira entrevista e trombeteou: 

"Os preços altos vão continuar não só por alguns poucos anos. Não se trata de um desequilíbrio temporário... Isso tem relação com os mercados financeiros, e até alcançarmos uma situação financeira mundial mais estável os preços das commodities vão refletir isso."

Graziano é engenheiro agrônomo e economista. Se fosse um bom agrônomo, diria que o mundo pode triplicar a produção de alimentos, usando tecnologia e boas práticas e que o Brasil, de onde ele veio, tem um modelo vencedor para aplicar nos países pobres. Se fosse um bom economista, diria que acredita que, com o aumento da oferta, os preços podem cair e que fará de tudo, à frente da FAO, para que os países possam produzir mais. No entanto, já preferiu abaixar a cabeça para o ambientalismo que é o maior amigo dos preços altos e da fome no mundo, declarando que " a cana de açúcar produzida, por exemplo, no Brasil para o etanol não entra em competição com a produção de grãos e não tem impactos ambientais", para complementar, em seguida, que as plantações de cana no país estariam tão longe da floresta amazônica no Brasil como "o Vaticano do Kremlin". De saída, já condiciona a sua atuação ao discurso ambiental fácil e fútil em detrimento da comida na mesa do pobre. Para tão lamentável entrevista, que sinaliza que Graziano será mais um gestor medíocre à frente da FAO, a máxima do Barão de Itararé: 

"De onde menos se espera, daí é que não sai nada."

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