CULTURA DAA suástica é um símbolo místico encontrado em muitas culturas em tempos diferentes, dos índios Hopi aos Astecas, dos Celtas aos Budistas, dos Gregos aos Hindus. Alguns autores acreditam que a suástica tem um valor especial por ser encontrada em muitas culturas sem contatos umas com as outras. Os símbolos a que chamamos suástica possuem detalhes gráficos bastante distintos. Vários desenhos de suásticas usam figuras com três linhas. A nazista tem os braços indo para a esquerda e roda a figura de modo a um dos braços estar no topo. Outras chamadas suásticas não têm braços e consistem de cruzes com linhas curvas. Os símbolos Islâmicos e Malteses parecem mais hélices do que suásticas. A chamada suástica celta dificilmente se assemelha a uma. As suásticas Budistas e Hopi parecem reflexos no espelho do símbolo Nazista. China : Símbolo da orientação quádrupla que segue os pontos cardeais. Desde 700 d.C., ela assume ali o significado de número dez mil. No Japão, a suástica (manji) é usada para representar templos e santuários em mapas.
A suástica usada como símbolo do Budismo e que significa "bons ventos", foi utilizada por Adolf Hitler, devido à sua aparência como uma engrenagem, supostamente para simbolizar sua intenção de uma Revolução Industrial na Alemanha. Outro significado atribuído à suástica é "boa sorte", do sânscrito. Em 1957, o governo alemão criou uma lei pela qual a exibição da suástica em bandeiras, documentos e pinturas é expressamente proibida; leis similares foram adotadas em alguns países. Isso aconteceu para inibir qualquer tipo de adoração ao regime nazista.
O Nazismo
O Partido Nazista ( Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei ou NSDAP ) formalmente adotou a suástica ou 'Hakenkreuz ' (cruz curva, numa versão literal) em 1920.
O símbolo era usado na bandeira do partido, distintivos e braçadeiras - embora tenha sido não oficialmente usado pelo NSDAP e seu antecessor: o Partido dos Trabalhadores da Alemanha (Deutsche Arbeiteerpartei - DAP)
Em Mein Kampf, Adolf Hitler escreveu:
Eu, enquanto isso, depois de tentativas inumeráveis, tinha colocado uma forma final; uma bandeira com um fundo vermelho, um disco branco, e uma suástica preta no meio. Depois de tentativas longas eu achei também uma proporção definida entre o tamanho da bandeira e o tamanho do disco branco, como também a forma e espessura da suástica.
Obs: Vermelho, branco, e preto - usadas por Hitler - já eram as cores da bandeira do velho Império alemão.
Suástica e pureza racial
O uso da suástica era associado pelos teóricos nazistas à sua hipótese da descendência cultural ariana dos alemães. Seguindo a teoria da invasão ariana da Índia, reivindicavam os nazis que os primeiros arianos naquele país introduziram o símbolo, que foi incorporado nas tradições védicas, sendo a suástica o símbolo protótipo dos invasores brancos. Também acreditavam que o sistema de castas hindu tinha sido um meio criado para se evitar a mistura racial.
O conceito de pureza racial, adotado como central na ideologia Nazista, não utilizou nenhum dos métodos modernamente aceitos como científicos. Para Alfred Rosenberg, que procurou emprestar cientificidade às idéias de Hitler, os arianos hindus eram a um mesmo tempo modelo a ser copiado e uma advertência para dos perigos da "confusão" espiritual e racial que, dizia, ocorrera pela proximidade das raças distintas.
Com isto, viram-se os nazistas justificados em cooptar a suástica como um símbolo da raça ariana. O uso da suástica seria um símbolo ariano, tempos antes dos escritos de Émile-Louis Burnouf. Assim como muitos outros escritores nazis, o poeta nacionalista Guido von Listam fez acreditar que este era um símbolo exclusivamente ariano.
Quando Hitler criou a bandeira para o Partido, procurou incorporar a suástica e ainda "essas cores veneráveis que expressam nossa homenagem ao passado glorioso que tantas honras trouxe à nação alemã" (que eram o vermelho, preto e branco).
Também declarou Hitler que "o vermelho expressa o pensamento social que está sob o movimento. Brando, o pensamento nacionalista. E a suástica significa a missão a nós reservada: a luta pela vitória da raça humana ariana, e ao mesmo tempo o triunfo do ideal de trabalho criativo em si inerente, que será sempre anti-semítico." ( Mein Kampf ).
Nacionalismo - a suástica na bandeira alemã
Na realidade, a suástica já tinha seu uso como símbolo dos völkisch - movimentos nacionalistas alemães. Na obra "Deutschland Erwache" Ulric da Inglaterra (sic), assim afirma:
—"o que inspirou Hitler para usar a suástica como símbolo da NSDAP já era usado pela Sociedade Thule (em alemão: Thule-Gesellschaft) considerando-se que havia muitas ligações desta com o DAP (Partido dos Trabalhadores) (...) de 1919 até o verão de 1921 Hitler usou a biblioteca Nationalsozialistische especial do Dr. Friedrich Krohn, um sócio muito ativo da Thule-Gesellschaft (...) Dr. Krohn também era dentista de Sternberg, que foi nomeado por Hitler para desenhar uma bandeira semelhante aquela que Hitler projetara em 1920 (...) durante o verão de 1920 a primeira bandeira do partido foi apresentada no Lago Tegernsee (...) sua fabricação foi caseira (...) não foram preservadas as primeiras bandeiras, e a bandeira do Ortsgruppe München foi então considerada como a primeira bandeira do Partido."
José Manuel Erbez diz:
"A primeira vez que a suástica foi usada com um significado "ariano" foi em 25 de dezembro de 1907, quando os auto-denominados Ordem dos Novos Templários, uma sociedade secreta fundada por Adolf Joseph von de Lanz Liebenfels, içou no Castelo de Verfenstein (na Áustria), uma bandeira amarela com uma suástica e quatro flores-de-lis.
Mas o fato era que Liebenfels estava utilizando-se de um símbolo já usual.
Em 14 de março de 1933, logo após o compromisso de Hitler como Chanceler de Alemanha, a bandeira de NSDAP foi içada ao lado das cores nacionais de Alemanha. Foi adotado como a bandeira nacional exclusiva no dia 15 de setembro de 1935.
A suástica foi usada nos distintivos e bandeiras ao longo a Alemanha Nazista, especialmente pelo governo e pelo exército, mas teve seu uso por outras organizações "populares", como o Reichsbund Deutsche Jägerschaft.
As variantes do uso da suástica pelos Nazistas:
· Suástica preta, com giro de 45º, sobre disco branco - símbolo do NSDAP e bandeiras nacionais;
· Suástica preta, com giro de 45º, sobre um quadrado branco (exemplo, a Juventude Hitlerista)
· Suástica preta, com giro de 45º, sobre fundo branco, pintada na cauda das aeronaves da Luftwaffe;
· Suástica preta, com giro de 45º, sobre desenho de linhas brancas e pretas finas contornando um círculo branco (exemplo, a bandeira pessoal de Hitler, onde uma grinalda de ouro cerca o símbolo)
· Suástica de braços externos curvos, formando um círculo interrompido, como a usada pela Divisão Nórdica das SS.
A suástica no Ocidente atual
O uso da suástica por Hitler e pelo Partido Nazista e, na atualidade, por neo-nazistas e outros grupos preconceituosos, para a maioria das pessoas do Ocidente a suástica é um símbolo associado às idéias e atos destes (O Nazismo e a supremacia branca). Por conseguinte, seu uso tornou-se um tabu em muitos países ocidentais.
Na Alemanha de pós-guerra, por exemplo, o Código Penal (Strafgesetzbuch) tornou criminosa a exibição da suástica e outros símbolos nazistas - com exceção dos fins educacionais e com fins de demonstrar oposição ao nazismo (por exemplo, uma suástica quebrada, cruzada, etc.). Este código não deixa claro, entretanto, se fica também proibida a construção de templos budistas ou jainistas no país (estes últimos sempre possuem uma suástica na sua fachada, e seu ritual implica na criação de sete suásticas com grãos de arroz em torno do altar, durante as orações).
Na Finlândia algumas unidades militares ainda usam a suástica. Em 1944 a Força Aérea mudou o seu emblema principal, mas continuou a utilizar a suástica noutro lugar. Em 1963 a "Grã Cruz" da Ordem da Rosa Branca mudou o seu emblema. Mais recentemente (25 de outubro de 2005) um emblema oficial com a suástica foi adotado pela Força Aérea.
Na Austrália, país que recebeu muitos refugiados durante a guerra, o símbolo é legalmente considerado "racista".
Em protestos contra a invasão do Iraque muitos ativistas usaram a suástica em associação a George W. Bush. O símbolo nazista também foi usado por alguns músicos para expressar sua discordância com a política do presidente norte-americano (algo que provocou certa controvérsia, no meio artístico).
Fundado nos anos 70 o Raëlismo — uma seita religiosa que acredita na possibilidade da imortalidade do corpo através do progresso científico — usa um símbolo que foi objeto de considerável controvérsia: a Estrela de David e a suástica entrelaçadas. Em 1991 o símbolo foi modificado, removendo-se a suástica, evitando-se assim a reprovação pública.
A "Society for Creative Anachronism" (Sociedade para o Anacronismo Criativo), que visa o estudo e diversão segundo a Idade Média e o Renascimento, impõem restrições para o uso da suástica em suas filiais - embora algumas delas mais modernas usem o símbolo.
Em 2002 a China exportou para o Canadá alguns brinquedos (como um panda gigante) em que a suástica aparecia, o que provocou muitas reclamações naquele país. Antes, em 1995 a cidade norte-americana de Glendale, na Califórnia, teve de cobrir mais de 900 postes de iluminação, marcados com a suástica - embora estes tenham sido fabricados por uma companhia norte-americana antes dos anos 20, e nada tivessem a ver com o nazismo.
Na Argentina, onde muitos nazistas se refugiaram, a suástica é largamente utilizada, com variações no desenho que a desfiguram ou mascaram, por instituições de extrema direita e nacionalistas, associados ainda a forte sentido anti-semita.
Na Índia, após a sua independência, a variação circular (semelhante à Cruz do Sol nórdica - que se vê na imagem ao lado) as cédulas eleitorais foram timbradas com este símbolo que, desde então, está associado aos pleitos eleitorais.
Brasil
No Brasil, o uso da suástica para fins nazistas é crime, de acordo com a lei 7.716 de 1989 (com alterações da lei 9.459, de 1995), como dispôe o parágrafo primeiro do seu artigo 20:
§ 1º Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo.
Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.
Geometria e simbolismo
Geometricamente a suástica pode ser definida como um icoságono (polígono de 20 lados) irregular. Os “braços” têm largura variável e são freqüentemente retilíneos (mas isto não é obrigatório). As proporções da suástica nazista, entretanto, eram fixas: foram fixadas numa grade 5x5.
Uma característica fixa é a rotação em 90º de simetria e não eqüilateral – portanto com ausência de simetria reflexiva entre as suas metades.
A suástica é, depois da cruz eqüilateral simples (a "cruz grega"), a versão mais difundida da cruz.
Visto como uma cruz, as quatro linhas que emanam do ponto de centro às quatro direções cardeais. A associação mais comum é com o Sol. Outras correspondências propostas são à rotação visível do céu noturno no Hemisfério Norte, ao redor da Estrela Polar.
O polêmico psicanalista Wilhelm Reich (ucraniano de origem germânica), em "Die Massenpsychologie des Faschismus, Frankfurt 1974, S. 102-107", faz a seguinte leitura do efeito psicológico da suástica:
O Nazismo serviu-se da simbologia para atrair sobretudo a massa de trabalhadores alemães, enganando-os com a promessa de que Hitler seria um Lênin para a Alemanha;
"sob o simbolismo da propaganda, a bandeira era o que primeiro chama a atenção (cantando:).
Nós somos o exército da suástica,
Erguemos as bandeiras vermelhas
O trabalhador alemão nós queremos
Assim trazer para a liberdade."
Usando músicas que claramente pareciam comunistas, e com a bandeira habilmente composta, passava o Nazismo um caráter revolucionário para as massas.
Reich atesta que a "teoria irracional" da superioridade racial, tinha apelos ao subconsciente, através das formas da suástica e dos contrastes oferecidos pelas cores utilizadas (vermelho, preto e branco), chegando mesmo Hitler a afirmar que esta cruz era um símbolo anti-semita, em sua origem.
E, indo mais longe, faz a leitura de que a suástica esquerda tem nítido apelo sexual:
"Se olharmos detidamente para as suásticas no lado direito, vemos que elas claramente revelam formas humanas esquematizadas. Já a suástica voltada para a esquerda, mostra um ato sexual...".
Conclui, assim, que o símbolo representou importante fator de atração para as massas, em torno de uma ideologia falaciosa.
Difusão do símbolo
A imagem da cruz suástica foi primeiro utilizada no Período Neolítico, na Eurásia. Foi também adotada por nativos americanos, em diversas culturas, sem qualquer interferência umas com as outras. A Cruz Suástica também é utilizada em diversas cerimônias civis e religiosas da Índia: muitos templos indianos, casamentos, festivais e celebrações são decorados com suásticas. O símbolo foi introduzido no Sudeste Asiático por reis hindus, e remanescentes desse período subsistem de forma integral no Hinduísmo balinês até os dias atuais, além de ser um símbolo bastante comum na Indonésia.
O símbolo tem uma história bastante antiga na Europa, aparecendo em artefatos de culturas européias pré-cristãs. No começo do século XX era largamente utilizado em muitas partes do mundo, considerado como amuleto de sorte e sucesso. Entre os nórdicos, a suástica está associada a uma Runa, Gibur, ou Gebo.
Desde que foi adotado como logomarca do Partido Nazista de Adolf Hitler a suástica passou a ser associada ao fascismo, ao racismo, à supremacia branca, à II Guerra Mundial e ao Holocausto na maior parte do Ocidente. Antes ela havia reaparecido num reconhecido trabalho arqueológico de Heinrich Schliemann, quando descobriu esta imagem no antigo sítio em que localizara a cidade de Tróia, sendo então associada com as migrações ancestrais dos povos "proto-indo-europeus" dos Arianos. Ele fez uma conexão entre estes achados e antigos vasos germânicos, e teorizou que a suástica era um "significativo símbolo religioso de nossos remotos ancestrais", unindo os antigos germânicos às culturas gregas e védicas.
Os nazistas utilizaram-se destas idéias, desde os primórdios dos movimentos chamados "völkisch", adotando a suástica como símbolo a "identidade ariana" - conceito este referendado por teóricos como Alfred Rosenberg, associando-a às raças nórdicas - grupos originários do norte europeu. A suástica sobrevive como símbolo dos grupos neonazistas ou como forma de alguns grupos de ativistas ofenderem seus adversários. Mas também sobrevive como símbolo de sociedades esotéricas, como é o caso da sociedade Teosófica.
Etimologia e outros nomes
A palavra "suástica" deriva do sânscrito svastika, significando um amuleto da sorte, e uma marca particular de pessoas ou coisas que trazem boa sorte. Ela é formada do prefixo "su-" (cognata do grego ευ-), significando "bom, bem" e "-asti", uma forma abstrata para representar o verbo "ser". Suasti significa, portanto, "bem-ser". O sufixo "-ca" designa uma forma diminutiva, portanto "suástica" pode ser literalmente traduzida por "pequenas coisas associadas ao que traz um bom viver (ser)". O sufixo "-tica", independentemente do quanto foi dito, significa literalmente "marca". Desta forma na Índia um nome alternativo para "suástica" é shubhtika (literalmente, "boa marca"). A palavra tem sua primeira aparição nos clássicos épicos em sânscrito Ramayana e Mahabharata.
Formas alternativas de escrita deste vocábulo sânscrito em inglês incluem "suastika" e "svastica". Formas alternativas de denominar o símbolo:
"Aranha negra" - como chamada por diversos povos da Europa Ocidental.
"Cruz torta"
"Cruz Gamada" (ou "em ganchos") - na Heráldica.
Sinonímia em outros idiomas:
Alemão: Hakenkreuz;
Dinamarquês: hagekors;
Neerlandês: hakenkruis;
Estoniano: haakrist;
Finlandês: ''hakaristi;
Húngaro: horogkereszt;
Islandês: hakakross;
Italiano: croce uncinata;
Norueguês: hakekors;
Romeno: Cruce încârligată;
Sérvio: kukasti krst;
Sueco: hakkors;
Além destas, algumas outras expressões são também utilizadas, tais como:
"Roda do sol", no dialeto alemão "Sonnenrad"; "Quatro pernas", em grego; "Martelos de Thor", em associação como o mito nórdico do deus do trovão; "cruz do trovão", no lituano, etc.
Histórico
As primeiras formas similares à suástica estão conservadas em vasos cerâmicos datados de cerca de 4000 a.C., em antigas inscrições européias (escrita "vinca"), e como parte da escrita encontrada na região do Indo, de cerca de 3000 a.C., a qual as religiões posteriores (hinduísmo, budismo) passaram a usar como um de seus símbolos. Vasos encontrados em Sintashta, datados de cerca de 2000 a.C. também foram decorados com o símbolo suástico. Símbolos semelhantes foram encontrados em objetos remanescentes das Idades do Bronze e do Ferro no norte do Cáucaso e no Azerbaijão, oriundos das culturas dos cítios e sarmácios. Em todas as demais culturas, com a exceção daquelas do sul asiático, a suástica não parece apresentar alguma significação relevante, mas surge como uma forma em meio a uma série de símbolos similares em complexas variações.
Na Antigüidade, a suástica foi usada largamente pelos indo-arianos, hititas, celtas e gregos, dentre outros. Em especial, a suástica era um símbolo sacro do hinduísmo, budismo e jainismo. Ela ocorre em outras culturas asiáticas, européias, africanas e indígenas americanas - na maioria das vezes como elemento decorativo, eventualmente como símbolo religioso.
FONTE: http://www.cruzdeferro.com.br/index_arquivos/suastica.htm
FONTE: http://www.cruzdeferro.com.br/index_arquivos/suastica.htm
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