O governo da Alemanha aprovou nesta quarta-feira (22/06) um plano para facilitar a integração de profissionais estrangeiros no mercado de trabalho alemão. O documento, de 32 páginas, prevê, entre outros, uma redução dos entraves à entrada de profissionais especializados do exterior na Alemanha.
O papel aprovado pelo gabinete da chanceler federal, Angela Merkel, é tema de discussões entre integrantes do governo e representantes do mercado laboral, antes de uma possível transformação em projeto de lei.
Berlim pretende, com o plano, não só atrair profissionais qualificados da União Europeia (UE), mas também mão de obra qualificada de fora das fronteiras do bloco. Entre outras mudanças, há planos de que empresas dispostas a empregar engenheiros ou médicos de países não pertencentes à União Europeia não sejam mais obrigadas a provar a inexistência, dentro do bloco e do país, de outros candidatos adequados para a vaga, como ocorre atualmente.
Desempregados locais são prioridade
Bildunterschrift: Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: Falta de mão de obra especializada preocupa indústriaA prioridade do governo Merkel, entretanto, deve continuar sendo dos desempregados alemães. Somente em uma segunda etapa, os obstáculos para trabalhadores estrangeiros trabalharem na Alemanha devem ser reduzidos.
O plano inclui também medidas para facilitar a harmonização da vida profissional e familiar, reforçar a integração de trabalhadores mais velhos e de desempregados no mercado laboral, assim como facilitar o ingresso dos jovens à carreira profissional.
A principal potência econômica da Europa se ressente de uma crescente falta de mão de obra qualificada. O governo alemão estima que o número de pessoas economicamente ativas diminuirá em 6,5 milhões nos próximos 15 anos. "Temos um milhão de vagas, e faltam principalmente engenheiros e médicos", disse a ministra alemã do Trabalho, Ursula von der Leyen, em uma entrevista à televisão estatal alemã ARD.
Von der Leyen sinalizou a intenção de reduzir o piso salarial mínimo exigido para que trabalhadores de países de fora da UE possam obter visto de trabalho para a Alemanha – dos atuais 66 mil euros para 40 mil euros anuais. "Mas esta é uma reivindicação que será, com certeza, debatida ferozmente nas próximas semanas", reconheceu a ministra.
Resistência
Os planos do gabinete de Merkel já encontram resistência de sindicatos e mesmo dentro da própria coalizão governamental. A União Social Cristã (CSU), partido que integra o governo Merkel, é contra alterar a renda mínima exigida para estrangeiros e qualifica a alternativa como "desnecessária".
Michael Sommer, presidente da Federação Alemã dos Sindicatos (DGB, na sigla em alemão), a maior central sindical do país, argumenta de forma semelhante. "Antes de se pensar sobre a imigração, temos que esgotar o potencial aqui na Alemanha", disse. Ele acusou, ainda, o governo alemão de ceder à pressão do empresariado. "O apelo por limites de renda mais baixos, tem apenas um objetivo: os empresários querem profissionais qualificados mais baratos", protestou.
MD/dapd/dpa
Revisão: Carlos Albuquerque
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