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quinta-feira, 23 de junho de 2011

Resgate de naufragio secular em Florianopolis

Pesquisadores resgataram do mar em Florianópolis na tarde desta quinta-feira objetos submersos que pertenceram a uma nau espanhola que naufragou no século XVI. É o naufrágio de embarcações européias mais antigo já registrado nas Américas.
As peças - incluindo pedras, armas e um canhão - foram localizadas na região que compreende a baía sul da capital catarinense. Segundo os levantamentos realizados pelo projeto Barra Sul, que vasculha a região desde 2005, trata-se de um naufrágio da Nau Provedora, que ocorreu em 1583.
Os pesquisadores localizaram uma pedra triangular com inscrições em latim onde o rei espanhol é citado. Outra pedra, quadrada, traz esculpido em alto relevo o escudo das armas da Espanha. Cada uma delas pesa cerca de 800 kg. Além das pedras, foi encontrado um canhão de 3,2 metros de cumprimento, totalmente esculpido em bronze e datado de 1565.
A embarcação naufraga em Florianópolis, segundo os pesquisadores, fazia parte de uma expedição com 13 naus que seguia para o extremo sul do continente. "As cartas analisadas mostram que essa embarcação levava armas e materiais para a construção de uma fortaleza no Estreito de Magalhães",
O projeto Barra Sul já localizou outros destroços no mesmo ponto da baía de Florianópolis. Em 2005, uma âncora do século VVI foi identificada e em 2009, os pesquisadores encontraram os restos de um galeão no fundo do mar. Em uma área relativamente pequena existem canhões, pedras de lastro, âncoras e lápides.
De acordo com o grupo de pesquisadores, a região da Ilha de Santa Catarina era um dos últimos pontos de abastecimento usado por colonizadores dos séculos XVI e XVII que seguiam para a região do Rio da Prata. Por isso, o local é considerado o maior "santuário de galeões" do Brasil.
As condições do mar no extremo sul da Ilha, na região da praia de Naufragados, contribuía para inúmeros naufrágios. "Esses navegadores entravam para baía para buscarem provisões, mas muitos acabavam não chegando ao destino", afirma o diretor do projeto. "A geografia é acidentada, com muita ocorrência de ventos e inúmeros bancos de areia que causavam os naufrágios".

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