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sábado, 3 de setembro de 2011

Chutaram o balde da "faxineira"

"Faxina, ora a faxina"; "A lei, ora a lei". Filhota do ditador Getúlio Vargas, confirmada pelos exames de DNA da maior confiança feitos até no Programa do Ratinho ("Us mano pédi / as mina dá / depois vai no Ratinho / pedí DNA..."), a palavra de ordem  "A lei, ora a lei...", pegou; nada sofreu mais violências do que a lei na ditadura Vargas.
Agora, em pleno mandato da presidenta, temos a nova palavra de ordem: "Faxina, ora a faxina...", que também pegou.  "Faxina" foi o primeiro grande achado do marqueteiro chapa-branca João Santana, que trabalha para o Poste vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana, pago com a grana dos impostos pagos por nosotros.
É mais um "Cargo de Confiança", cuja produção bateu recordes nunca antes vistos "nestepaíz"; fala-se que são Vinte Mil, já ouvi Duzentos Mil e até Duzentos e Vinte Mil, todos nos bolsos dos petistas de carteirinha, a maioria nos bolsos de ex-metalúrgicos do ABC, enricados com toda a justiça pelo duro que dão nas boquinhas federais, estaduais e municipais.
Santana deve valer em euros o quanto pesa, embora tenha trabalhado só um dia em oito meses – nesse dia, num mágico insight, produziu sua obra-prima, a "Faxina", que de genial que era, saiu pela culatra. Nada destrói mais rapidamente um mau produto do que uma boa campanha de propaganda. 
A boa campanha desperta a atenção de todos, que percebem na hora a enganação a que estavam sendo submetidos. Assim foi com a "faxina", percebeu-se que não passava de puro vento, daí o tiro no pé.
Vamos pular a "indenização" e as caronas nos jatinhos, em que a ministra Gleisi "Narizinho" Hoffmann meteu seu narizinho, e a gorda grana que a Jaqueline enfiou na bolsona Prada. 
Como legítima ficha suja que é, Jaqueline viu tudo ser deixado como dantes no quartel de Abrantes pelos seus cúmplices da Câmara Federal. 
Deixemos de lado o que é troco e fixemo-nos no que é "real money", muitos milhões para cima. Lembro o mau cheiro que exalou quando abriram-se as gavetas das salonas do Palácio do Planalto e da Esplanada dos Ministérios neste ano da (des)graça de 2011. Mermão Paloffi, ex-Casa Civil, como Erenice e Dirceu, o "Poderoso Chefão" segundo a Veja, ministro da cota do Cara, despencou quando a imprensa revelou a montanha de dinheiro que levou como assessor de misteriosas empresas. Foi um escândalo e tanto.
Como neste país do lullo-petismo o escândalo de amanhã só serve para fazer esquecer o de hoje, e os de anteontem já foram encobertos pelas brumas do passado distante, as sujeiradas de Alfredo Nascimento, cota do Cara e ex-Transportes, e de Wagner Rossi, cota do marido da Marcela e ex-Agricultura, serviram um para o esquecimento do outro e os dois para o esquecimento do escândalo do Mermão Paloffi.
O véinho ministro do Turismo é a bola da vez. Quero o endereço do médico dele, pois com mais de oitent´anos o de cujus deu uma festança num motel e mandou a conta pra nóis tudo pagá, pois foi paga com dinheiro público, et pour cause, ele sim é o  "homem incomum", cota do Sarney – que o Cara, por motivos que desconheço,  quem sabe os mesmos do véinho, batizou de "homem incomum".
Esse e o ministro das Cidades, que corre o risco de ser mandado para outra freguesia, assumem seus lugares na fila dos escândalos que podem "apagar" da lembrança os que animam a nossa vida hoje.
Quando a fedentina chegou a incomodar até as narinas do Poste, Santana deu à luz a "Faxina". Toda movimentação de troca de ministros era a limpeza ética, moral, que estaria sendo feita. Até FHC caiu na esparrela.
Na mesma manhã do mesmo dia a palavra "faxina", plantada sem dúvida pelo Planalto, dominou as manchetes dos jornais, rádios e tevês e blogs na internet. A "faxina" passou a existir tout court ,mesmo sem existir; tome uma talagada de um princípio da comunicação: "Se a Globo deu, aconteceu", mas beba com moderação. 
Como pontificou McLuhan "se o mito atinge a mídia, passa a ser real, ainda que não tenha nenhum contato com a realidade". A "faxina" nunca foi faxina, era só a troca das moscas, o material que as atrai continuava o mesmo. Ao trocar as moscas e começar a construir a imagem de "faxineira", o Poste assustou a base alugada. 
Aí o Cara zuniu outra palavra de ordem: “Num si pode deixá us aliado pê da vida...”
A “faxina” ética, moral, virou imediamente “Faxina da Miséria”, remendo marquetero do puro, do legítimo, do escocês. Como a “faxina moral, ética” faxinava a moral e a ética para baixo do tapete, a “Faxina da Miséria” vai faxinar a miséria para baixo do tapete, tentando escondê-la dos olhos dos otários como eu e você e da mídia estrangeira “inocente”. Será outro “Fome Zero”. Não caio nessa nem que a vaca tussa.
QUANDO MANTEGA FALA “REFORMA FISCAL”, ESCUTE “AUMENTO DE IMPOSTOS”.


Neil Ferreira é publicitário.

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