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quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Disciplina vence ideologia




Criado em 1998, durante a gestão do tucano Paulo Re­nato de Souza no Ministério da Educação, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi e continua sendo objeto de muitas críticas. A exemplo dos demais indicadores da educação, ele também não é visto como um metro confiável. Questiona-se sobretudo a sua capacidade de medir a qualidade das escolas, uma vez que seu objetivo é avaliar alunos. Mas, agora que saiu o resultado das médias obtidas pelas escolas brasileiras nas provas do Enem de 2010, a imprensa repete a mesma pauta de sempre – transforma o Enem numa listagem de escolas, em que as particulares sempre ganham das públicas. Obviamente.
Em Goiás, entre as 40 melhores escolas com participação de mais de 75% no Enem, apenas uma é pública – o Colégio Municipal Castro Alves, de Posse, que ficou em 11º lugar, com a média de 654,79 pontos. No Enem de 2009, segundo reportagem do jornal “O Popular” (edição de segunda-feira, 12), nenhuma escola pública goiana ficou entre as 20 melhores. E, a se crer em reportagem do Portal G1 (do mesmo dia), o feito da escola de Posse é quase um milagre. A escola, segundo seu diretor, não recebe os devidos investimentos do poder público e — que não nos ouça o Ministério Público — é salva pela ajuda financeira de sua associação de pais e mestres.

Diz a reportagem do G1, assinada por Humberta Carvalho, que a Escola Castro Alves tem 510 alunos e 30 alunos por sala. O laboratório de ciências está sucateado e o de informática só tem dez computadores. A área de lazer, segundo o diretor Luiz Bezerra da Costa Neto, “também deixa muito a desejar”. E, para completar as carências, os alunos do ensino médio, que fizeram a prova do Enem, têm aulas à noite. Mesmo assim, a escola municipal de Posse – que honra o nome de Castro Alves – obteve 591,33 pontos em linguagens; 613 em matemática; 635,72 em ciências humanas e 570,65 em ciências da natureza. Ficou com 602,67 pontos nas provas objetivas e 709 na redação, o que deu a média total de 654,79.

Abençoada carência


A universidade brasileira, em vez de ficar dizendo que não se pode comparar escolas com base no Enem, devia analisar casos do gênero com mais profundidade, pois é temerário para um indivíduo sozinho tentar fazê-lo. Isso é sempre trabalho para instituições. Mas arrisco-me a propor alguns pontos de reflexão, começando pela suposta carência dessa escola. Não está aí parte do segredo de seu sucesso? Se ela tivesse mais área de lazer não teria também mais vadiagem? Aposto que sim. Quadra de esporte em escola, por exemplo, além de local para o aluno fugir do estudo sério, costuma ser um celeiro de brigas por causa do futebol. A área de lazer, dependendo da localização da escola, pode virar boca de fumo.

E o que dizer do laboratório de informática com seus dez computadores para 510 alunos? Uma benção! – eu diria, parodiando os evangélicos pentecostais que transformam até terremoto em graça divina. Torço para que a Escola Municipal Castro Alves continue com esses dez computadores e, sobretudo, faço votos para que eles não tenham banda larga. Hoje, nas empresas, vejo mães e pais de família arriscando o próprio pão dos filhos por não conseguirem ficar longe das redes sociais nem no seu horário de trabalho. Mesmo assim, as nossas universidades panglossianas insistem em defender que o computador seja introduzido na vida das crianças desde o berço.

Pretendo escrever um artigo exclusivamente sobre este assunto, mas adianto que sou contra computador em escola. E digo isso com a autoridade de quem foi um dos primeiros jornalistas goianos a usar computador. Eu me informatizei antes mesmo que as próprias redações dos jornais goianos se informatizassem. Sou do tempo do paquidérmico PC-XT e da pré-histórica BBS (Bulletin Board System), avó da banda larga e mãe da internet discada. Passo boa parte do tempo em que estou acordado na frente da tela do computador, mas vejo os estragos que essa ferramenta pode causar na vida das pessoas. O computador é meu servo, mas, para a maioria das pessoas, tornou-se amo. E estou falando de adultos; o que dizer, então, de crianças e adolescentes?

Se a Escola Municipal Castro Alves tivesse um grande laboratório de informática, com mais computadores, é quase certo que professores e pais perderiam o controle dos alunos e o resultado da escola no Enem seria outro. Nas entrevistas concedidas pelo diretor da escola municipal de Posse, ele enfatizou que a participação das famílias foi fundamental para o sucesso do estabelecimento. Duvido que isso fosse possível caso a escola tivesse o perfil idealizado pelas universidades, em que o computador é ferramenta central no ensino. Computador em escola serve quase tão somente para o aluno viciar-se em Facebook, Orkut, MSN e outras famigeradas redes sociais, afastando-se de pais e mestres e isolando-se no mundo das fofocas e transgressões de suas tribos físicas e virtuais.

Disciplina


Essa afirmação pode causar estranhamento, mas uma leitura mais rigorosa dos resultados do Enem mostra que minha hipótese é plausível. Em recente artigo sobre o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), escrevi que um fator determinante para o aprendizado do aluno é a disciplina. Nos resultados do Enem, isso fica evidente. Em Goiás, depois da escola municipal de Posse e do Colégio de Aplicação da UFG (hoje Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada ao Ensino), os quatro melhores estabelecimentos públicos que vêm a seguir são todos colégios militares. E sabe-se que, nesses colégios, a disciplina é bem mais rígida do que nas demais escolas da rede pública de ensino.

Quando se analisa nacionalmente o resultado do Enem, a tendência se repete, mostrando que a disciplina é a base da educação. De acordo com a listagem elaborada pelo Centro Paula Souza (rede de 200 Escolas Técnicas e 51 Faculdades de Tecnologia do Estado de São Paulo), a segunda melhor escola pública do país, é o Colégio Militar de Belo Horizonte, que obteve 715,80 pontos na média do exame. Ele só perde para o Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Viçosa, também em Minas Gerais, que ficou com média 726,42. E outros três colégios militares aparecem entre as dez melhores escolas públicas do país: o Colégio Militar de Campo Grande, com 700,99, em 7º lugar; o Colégio Militar de Juiz de Fora, com 695,87, em 8º lugar; e o Colégio Militar de Porto Alegre, com 693,69, em 10º lugar.
Entre as outras seis escolas públicas que ficaram entre as dez melhores, não há nenhuma da rede comum de ensino — ou são escolas técnicas ou são colégios de aplicação universitários. A terceira melhor escola é o Instituto de Aplicação Fernando da Silveira, com 714,51; a quarta é o Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Pernambuco, com 707,26; a quinta é a Escola Técnica de São Paulo, com 706,66; a sexta, é a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, do Rio de Janeiro, com 704,93; a nona é a Escola do Recife, da Universidade de Pernambuco (estadual), com 693,84 na média.

Quando se estende a análise para as 50 melhores escolas públicas, as escolas militares, juntamente com os colégios de aplicação e as escolas técnicas, voltam a monopolizar as melhores notas. Além das quatro escolas militares que se classificaram entre as dez melhores do país, o Colégio Militar do Rio de Janeiro aparece em 14º lugar, com 685,93; o Colégio Militar do Recife ficou em 22º lugar, com 677,42; o Colégio Militar de Curitiba é o 31º lugar com 667,36 e o Colégio Militar de Fortaleza ocupa 32ª posição com 665,41 na média. Ao todo são oito escolas militares entre as 50 melhores escolas públicas do país.

Discriminação
Pode parecer pouco, mas não é. Os colégios militares praticamente representam as redes públicas estaduais de ensino entre as melhores escolas do país. Por incrível que pareça a única escola pública comum — que não é técnica, nem militar, nem federal — a aparecer entre as 50 melhores do país é justamente a Escola Municipal Castro Alves, de Posse. Essa escola goiana merece um estudo de caso por parte de pesquisadores e autoridades, pois se trata de uma incrível exceção à regra. Todas as outras 49 melhores escolas públicas do País ou pertencem às universidades, ou são escolas técnicas, ou são escolas militares. Não há lugar para escolas estaduais e municipais comuns quando o assunto é a qualidade do ensino.

Mesmo quando se analisa o resultado do Enem apenas no Estado de São Paulo (o Estado mais rico da Federação, com municípios também muito ricos), essa realidade salta aos olhos, até com mais força. Na lista das 50 melhores escolas públicas paulistas, não há uma só escola da rede pública comum: 43 são escolas técnicas estaduais, duas são escolas técnicas municipais, uma é escola técnica federal e as outras quatro são escolas técnicas de universidades (USP, Unicamp e Unesp). Parece que o ensino só tem futuro quando se alia à disciplina da farda, representada pelas escolas militares, ou à disciplina do trabalho, representada pelo ensino profissionalizante das escolas técnicas.

Se há uma conclusão que se pode extrair do Enem é que a rede pública comum de ensino não tem conserto caso continue no ritmo em que se encontra hoje — obrigada a engolir todos os tipos de aluno e a não exigir nada deles. Ou se resgata ao menos a disciplina nas escolas públicas comuns, ou não há a menor chance de que elas venham a se destacar em avaliações como Ideb ou Enem. E não basta exigir do diretor que salve a escola com sua gestão (novo modismo criado pelas autoridades pedagógicas); é preciso resgatar valores como mérito e disciplina, que não foram apenas esquecidos nas escolas públicas – foram simplesmente proibidos.

Para a pedagogia paulo-freiriana que infesta as universidades brasileiras, meritocracia é discriminação e disciplina é autoritarismo. Mas não há dúvida que as melhores notas no Enem decorrem desses dois fatores. As melhores escolas são justamente as que selecionam seus alunos (o que significa valorizar o mérito) e cobram deles responsabilidade com o próprio aprendizado (o que exige disciplina). O que coloca as escolas públicas comuns em desvantagem, reconheço, pois elas não podem selecionar alunos – como fazem a maioria dos colégios de aplicação, das escolas técnicas e das escolas militares do país.
Insanidade acadêmica

Nas reportagens sobre o Enem que saíram na imprensa brasileira, inclusive na imprensa goiana, os especialistas limitam-se a afirmar que não se pode comparar o desempenho das escolas públicas com as escolas privadas, porque nas escolas públicas, dada a universalidade do ensino determinada por lei, não é possível fazer seleção de aluno. Com isso, a desvantagem da escola pública já começa no ponto de partida, quando ela forma seu corpo discente e, depois, também não pode dispensar os piores. E, para completar, dizem os especialistas, as escolas privadas falseiam os resultados do Enem, mandando fazer o exame apenas os seus melhores alunos, com o objetivo de garantir médias altas.

Entre os especialistas ouvidos pela citada reportagem do jornal “O Popular” está o pedagogo João Ferreira de Oliveira, professor associado da Faculdade de Educação da UFG e doutor em educação pela USP, com pós-doutorado na mesma instituição. Ele critica a comparação entre escolas públicas e privadas com uma procedente argumentação sociológica: “Estamos falando de 85% de alunos do ensino médio com faixa de rendimento e outros indicadores muito abaixo dos outros 15% que estão matriculados nas escolas privadas. Este contingente estuda em escolas que não oferecem as mesmas estruturas que a particular oferece; tem pais com baixa escolarização e não tem acesso a bens culturais nem a atividades extracurriculares e ainda trabalham no contraturno. Portanto, é um equívoco pensar em comparar os desempenhos de uma e outra”.

O que fazer, então, diante desse quadro? O professor não diz. E sua colega de Faculdade de Educação, a professora Geovana Reis, mestre em educação pela própria UFG, também não diz. Ela reitera as diferenças socioculturais entre os alunos das redes privada e pública, lembra que a escola pública não pode selecionar aluno no seu ingresso e aponta o estratagema das escolas privadas para se saírem bem no exame: “Algumas situações, como a seleção de alunos com desempenho acima da média para responder as provas, podem falsear os resultados e oferecer um diagnóstico equivocado deste ensino”. E, taxativamente, sustenta: “É uma insanidade comparar essas realidades”.

Ora, se é uma insanidade comparar escola pública com escola privada (e, em parte, é), também é insano cobrar do professor da rede pública que ele faça milagre, ensinando com eficácia alunos muitas vezes incapazes de aprender. Mas é justamente essa cobrança insana o que as universidades mais sabem fazer. Em praticamente todas as suas pesquisas acadêmicas, elas cobram o impossível da rede básica de ensino. No artigo “Escola pública: vítima indefesa das universidades” (publicado no Jornal Opção de 21 de agosto), em que analiso a proposta de se colocar o Ideb na porta das escolas, demonstro que a universidade joga toda a responsabilidade pelo aprendizado do aluno sobre os ombros do mestre do ensino básico, defendendo uma tresloucada “escola inclusiva” em que o vilipendiado professor da rede pública é obrigado a transformar trombadinhas em sacristãos e deficientes mentais em cidadãos autônomos.

Currículo excessivo


E, quando se trata do ensino médio, o fosso entre escolas públicas e privadas tende a ser ainda maior. Se no ensino básico, como o próprio nome diz, trata-se de ensinar o que é comum para todos, no ensino médio a escola já se defronta com exigências sociais mais complexas, como preparar o adolescente para a universidade ou para uma profissão. Nesse caso, disciplina é fundamental, mas não basta. A escola precisa de estrutura, sobretudo para o ensino de ciências, que tende a ser improdutivo se ficar no cuspe-e-giz. Talvez por isso, as piores notas do Enem são justamente nas provas de ciências da natureza, especialmente nas escolas públicas comuns (nem técnicas, nem de universidades), onde os laboratórios são quase inexistentes.

E a escola pública fica ainda mais prejudicada porque o ensino médio brasileiro é enciclopédico, com uma profusão de disciplinas complexas e inúteis. É o que reconhece a socióloga Maria Helena Guimarães de Castro, com a autoridade de quem foi responsável pela criação do Enem, quando presidiu o Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos (Inep) de janeiro de 1995 a abril de 2002, durante o governo Fernando Henrique. Numa entrevista concedida a Alexandre Machado, no programa “Começando o Dia”, da Rádio Cultura FM de São Paulo, na terça-feira, 13, ela defendeu uma reforma do ensino médio, afirmando que seu currículo é “pesado”, “muito fragmentado” e “sem sentido”.

Maria Helena Guimarães criticou acertadamente a utopia de um ensino médio igual para todos e lembrou que, durante a gestão de Paulo Renato de Souza no Ministério da Educação, havia a perspectiva de se reformular radicalmente o ensino médio, interrompida com a eleição de Lula em 2002. A meta era reduzir o número excessivo de disciplinas do secundário e criar uma grade básica para todos os alunos, mas permitindo que eles escolhem as demais disciplinas com base nos objetivos que tivessem em mente, como uma faculdade ou o mercado de trabalho. Segundo a ex-presidente do Inep, a maioria dos sistemas de ensino do mundo tem cerca de metade de disciplinas existentes no ensino médio brasileiro.

Na entrevista, a ex-presidente do Inep afirmou, textualmente, que “as próprias universidades não têm participado ativamente desse debate e são mais ou menos distantes”. Foi seu grave erro de avaliação na entrevista. As universidades jamais foram omissas nessa questão. Até por uma questão legal, tudo o que ocorre no ensino básico e no ensino médio – eu disse: tudo – está sob a influência direta da universidade. É ela que forma professores e gestores; que elabora as leis educacionais; que implanta as políticas públicas de educação; que define as Diretrizes Curriculares Nacionais. E, como se não bastasse, ainda produz uma profusão de pesquisas sobre temas prementes do ensino básico, inclusive sobre o Enem, Ideb, Prova Brasil e outros indicadores de qualidade do ensino.

Mito da escola única


O problema (e isso a ex-presidente do Inep não diz claramente) é que a ciência produzida nas universidades brasileiras é fortemente contaminada por um viés ideológico de esquerda. É essa contaminação ideológica, com origem na universidade, que impede a educação brasileira de se desvencilhar do mito da “escola única”, preconizada por Lenin e ainda hoje cultivada por pedagogos como Moacyr Gadotti, principal discípulo de Paulo Freire. Se essa gente pudesse, acabaria, por decreto, com todo o ensino privado, em que pese o próprio Paulo Freire ter sido professor de universidade privada no Brasil, onde sua relação com os alunos era obviamente uma educação bancária – os alunos pagando mensalidades, o pedagogo vendendo utopia.

Se os especialistas não admitem que a escola pública seja comparada com a escola privada, devido às abissais diferenças entre o perfil econômico, cultural e social de seus alunos, qual seria a consequência lógica desta constatação? No mínimo, admitir que, enquanto persistirem essas diferenças, é impossível garantir ao aluno da escola pública o mesmo nível de ensino da escola privada. Era o que os velhos marxistas pensavam. Por isso, eles defendiam a revolução social antes da revolução pedagógica. Em sua tacanha visão mecanicista (ainda assim, menos tola do que a visão holística do marxismo atual, que se reflete no construtivismo pedagógico), os marxistas do passado viam a educação como uma corrida, em que os mais ricos saíam muito na frente e, por consequência, dificilmente eram alcançados pelos mais pobres.

Hoje, depois que a pedagogia brasileira tornou-se obcecada pela estranha mistura de Paulo Freire com Michel Foucault, a universidade resolveu começar a revolução socialista pelas próprias escolas e, para isso, ela precisa “empoderar” crianças, adolescentes e jovens – isto é, “dar poder” ao seu novo proletariado. Admitir que muitos alunos não aprendem por deficiência própria seria não apenas desperdiçar a chance de culpar por todas as mazelas sociais “o sistema que está aí”, mas, sobretudo, implicaria comprometer a possível flama revolucionária desse proletariado vicário. Para que o aluno possa ser transformado em massa de manobra da revolução socialista, é preciso dar a ele a ilusão de que é autônomo e que age movido por própria vontade e não pela canga ideológica que lhe impõem.

É o que se vê no próprio Enem, que não parece um exame para avaliar a qualidade do ensino e, sim, uma ficha de filiação partidária. O Enem é flagrantemente ideológico e obriga o aluno a ver o Brasil com os olhos da esquerda. Essa afirmação exige uma análise detalhada de suas provas – papel que caberia às universidades. Mas como elas não têm isenção ideológica para tanto, essa análise acaba recaindo sobre os ombros de uns poucos indivíduos independentes e não vou me furtar a essa tarefa num próximo artigo.

Já adianto que as provas de ciências humanas do Enem – complexas no método e na forma, mas vazias no conteúdo – praticamente obrigam o aluno a pensar como o MST, a acreditar que a mais grave doença atual é a “homofobia” e a reduzir a história do Brasil à luta de classes, em que uma burguesia sádica explora por prazer um proletariado idílico. Felizmente, a disciplina cognitiva e moral de muitos alunos conseguiu vencer uma ideologia disfarçada de ciência, que, mais do que atrapalhar o aprendizado, inviabiliza o próprio aprendiz
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