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domingo, 18 de setembro de 2011

Villoldo revela detalhes da morte e enterro de Ernesto “Che” Guevara

Um cirurgião cortou as mãos do cadáver do guerrilheiro argentino Ernesto “Che” Guevara, ante o olhar impávido do agente da CIA que o perseguiu durante mais de dois anos desde as selvas do Congo até La Higuera, um vilarejo da Bolívia. As mãos cortadas foram colocadas em formol, em uma urna de cristal.
Enquanto isso, Fidel Castro, que havia determinado a morte de Guevara para que não lhe fizesse “sombra”, preparava as boas-vindas e o funeral para receber os restos do guerrilheiro.
Gustavo Villoldo não ia deixar que isto acontecesse. Com a ajuda de dois bolivianos carregou os cadáveres de Guevara e seus dois sequazes e os enterrou perto de Valle Grande. A primeira parte de sua missão havia terminado.
Gustavo vivia com seus pais, Gustavo e Margarita, descendentes de endinheirados espanhóis, donos de uma distribuidora da General Motors e plantações em Cuba, em uma mansão no bairro havanero de Miramar. Em janeiro de 1959 os barbudos fidelistas começaram a perseguição à família Villoldo. Queriam sua fortuna, seus negócios, suas vidas. Devido ao alto nível social e político dos Villoldo, os barbudos não podiam ocupar seus bens pela força nesses primeiros dias do ano de 1959. Gustavo, detido em 6 ou 7 de janeiro, foi submetido a torturas que incluíram simulacros de fuzilamento.
VilloldoNum esforço bem organizado para tirar os bens dos Villoldo, Guevara visitou seu escritório em 15 de janeiro de 1959, sem permitir que Gustavo estivesse presente nos interrogatórios. Em 16 de fevereiro Villoldo, acreditando que era a melhor solução para proteger sua família, suicidou-se.
No ano de 2009, um juiz nos Estados Unidos outorgou mais de dois bilhões de dólares à família de Villoldo.
Entrevista para Oscar Haza
Hoje Gustavo, na primeira entrevista de rádio que concede em Miami, detalhou a Oscar Haza os esforços levados a cabo por sua família, durante vários anos, para recuperar os bens roubados pelo regime castrista. À diferença de outras pessoas que ganharam pleitos contra Cuba e não puderam executar a sentença, é possível que a família Villoldo possa sim cobrar essa soma.
Gustavo expressou a Oscar que estava concluindo um esforço para recuperar os bens roubados pelo regime castrista, sem dar detalhes precisos para não debilitar o caso legal. Também deu detalhes da disposição do cadáver do argentino em seu enterro.
“Encontrei o cadáver do meu pai em seu quarto, olhando para a parede, com rigor mortis, e levei isto comigo toda a vida”, disse Gustavo a Oscar. “A vida me levou a estar presente no caso de Guevara. Confesso que tive uma satisfação muito grande ao enterrá-lo e que por mais de 20 anos pude evitar que se saiba onde está seu cadáver”, continuou Gustavo e prosseguiu: “o mérito da operação foi dos bolivianos e do presidente René Barrientos, pela decisão que tomou”.
“Cheguei depois que Guevara estava executado por ordem de Barrientos e recebi seu cadáver que havia sido trasladado em um helicóptero a Valle Grande, onde foi levado ao necrotério. Me reuni com o general Alfredo Ovando, alguns ajudantes e membros da sociedade boliviana. Um ajudante propôs cremá-lo, mas lhe expliquei que não tínhamos as condições para isso e que não deveríamos entregar o corpo a Cuba, para que não o convertessem em um mártir. Guevara e seus ajudantes foram enterrados em um lugar só conhecido pelo chofer e o tratorista que me acompanhavam, e eu”, descreveu Gustavo.
Trinta anos depois, o regime de Cuba disse que haviam encontrado os restos de Guevara. “Na foto desses ossos vêem-se os ossos das mãos”, manifestou Gustavo a Oscar. “Como isto é possível, se havia-se cortado e levado a Cuba pelo ministro Agüedes? Se as mãos estavam separadas do corpo, como vão aparecer as mãos como parte do esqueleto? Só revelarei o local onde foram enterrados Guevara e seus cúmplices se prova-se de forma convincente que os restos que estão em Santa Clara são os do guerrilheiro”, concluiu Gustavo.

Fonte: Univisión Radio

Nota da tradutora:

Ouça aqui a entrevista concedida a Oscar Haza, em 2 de setembro de 2011.

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