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sábado, 3 de setembro de 2011

O ESTADO GRAMSCIANO NO BRASIL


 
Para Antônio Gramsci (1891- 1937) hegemonia significava a relação de domínio de uma classe social sobre o conjunto da sociedade. Para isso o domínio se caracterizaria por dois elementos: força e consenso. A força sendo exercida pelas instituições políticas, jurídicas e o controle do aparato policial-militar. Já o consenso seria a liderança ideológica conquistada entre a maioria da sociedade, formada por um conjunto de valores morais, regras e comportamentos.
Segundo Gramsci, “toda relação de hegemonia é necessariamente uma relação pedagógica”.
Pois bem, no Brasil tem sido costumeiro afirmar que desde a ascensão do PT ao poder temos visto a teoria do filósofo sendo posta em prática, mas na verdade isto é uma mentira. Mentira porque o PT e sua astucia tem colocado a teoria de Gramsci em ação a seu serviço há muitos anos, antes mesmo de chegar ao poder.
Foi assim que o partido nascido da “intelectualidade” da USP e que sempre encontrou devotos de sua ideologia dentro da classe média alta nacional conseguiu passar a idéia de ser um “partido do povão” e mais recentemente jogar a pecha de “elitistas” para seus opositores.
Nossas crianças durante muitos anos aprenderam uma “história crítica” em que era discutida a aliança, por exemplo, entre o então PFL (Partido da Frente Liberal) com o PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira) nas duas eleições de FHC. Engraçado, que o mesmo não foi indagado às crianças quando da eleição do “operário” Lula aliado ao empresário José Alencar então filiado ao PL (Partido Liberal).
Pelo contrário, até mesmo a figura de Getúlio Vargas surrada durante anos pelos petistas como pertencente a uma política populista e clientelista agora retoma como um dos heróis da pátria. Justo no momento em que o partido que se auto-intitula dos trabalhadores faz um governo com nuances parecidas ao varguismo, sobretudo no que diz respeito ao uso do aparato pelego-sindical.
Mas, o petismo é obviamente mais sorrateiro e se Vargas tinha contra si parte da intelectualidade de sua época que vislumbrava seus desvios, o lulo-petismo conseguiu o consenso entre a dita intelectualidade brasileira. Basta que um aluno mostre-se descontente com os rumos do que tem sido posto em prática no Brasil em alguma sala de aula de faculdade, que logo um professor “progressista” o tacha de “conservador” e começa a chacota geral. Principalmente se esta faculdade for do ramo das ciências humanas.
Assim assistimos todos os dias desde a pré-escola a universidade uma gama de “mestres” que usam do posto excelso de educadores que possuem para militar em prol das práticas perversas que se tem posto em marcha neste país. Se algum colega professor opuser-se ao consenso intelectual é fácil, logo o tacham de preconceituoso e começam a esculhambá-lo moralmente.
A verdade é que assim nosso povo tem caído no engano todos os dias, o petismo que antes só possuía o “consenso intelectual engajado” agora possui o aparelho estatal como um todo e faz a festa sob nossas vistas. A dita oposição que na verdade vem da mesma escola ideológica, só não foi capaz de ter a mesma astúcia, finge-se de morta e o dever fica na mão de nós: homens e mulheres de bem deste país.
Devemos o quanto antes tomarmos as rédeas da situação e instruirmos nossos filhos, vizinhos, amigos e quantas pessoas pudermos, mostrarmos que também possuímos intelecto e mais do que isso alertarmos a perversidade de uma teoria que tem por fim aniquilar a capacidade cognitiva do individuo. Porque a ultima arma que nos resta ante ao estado em que as coisas chegaram é a verdade e a educação. E educação de verdade não podemos esperar vir das faculdades e escolas infiltradas por agentes do totalitarismo gramsciano, o que é uma lástima. Uma lástima.
Raphael Aurich
Presidente CL (Corrente Liberdade)

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