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quarta-feira, 14 de setembro de 2011

APEDEUTA NO FRONT

Luiz Inácio Apedeuta da Silva teve uma grande idéia: convocar os bate-paus do governismo —  UNE, CUT, alguns movimentos sociais (aquela gente que conta dinheiro, vocês sabem…) — para apoiar a proposta petista de reforma política. Sim, ele quer manifestações públicas mesmo; ele quer protestos a favor, como essa gente aprendeu a fazer quando não está… contando dinheiro.
Gostem ou não do que escrevo, não podem, na boa, me acusar de não perceber o sentido das águas, né? No dia 11 de fevereiro, escrevi aqui: “(…) o petismo precisa ir para a galera; é vital uma certa mobilização permanente da massa ‘contra eles’ - ‘eles’ são todos os não-petistas. E essa tarefa ficará com o Apedeuta. Ontem, ele já lançou o grito de guerra para 2012 - leia-se, antes de tudo, São Paulo! - e já se ofereceu para ser o animador de auditório da reforma política. E ele anda cheio de idéias ruins na cachola, como de hábito; entre elas, o voto em lista e o financiamento público de campanha.”
Pois é… Do voto em lista, o Babalorixá de Banânia parece ter aberto mão. Não emplacaria. Mas insiste no financiamento público de campanha, embora não-exclusivo. Os petistas diziam que a origem dos vícios era o financiamento privado. Se, agora, querem ambos, é porque, entre os defeitos dos dois modelos, eles ficam com todos.
O PT quer que a dinheirama oficial vá para um fundo dos partidos, que distribuiriam a grana entre os candidatos. E cada legenda receberia um percentual de acordo com o tamanho de suas bancadas hoje. Sim, vocês entenderam: os petistas fizeram o mensalão para se financiar. Deu no que deu. Agora eles querem praticar o assalto à luz do dia e à vista de todos. Como é hoje o maior partido, sugere um modelo que dá mais dinheiro público ao partido maior. Eles não são o máximo? A petezada também propôs um tal voto proporcional misto, que conseguiria piorar o que hoje é ruim: o eleitor votaria num candidato e num partido, não necessariamente aliados. E quem seria eleito? Ah, aí seria uma grande surpresa. A matemática do capeta definiria o quociente eleitoral.
Como a proposta foi pensada para tentar eternizar o PT no poder, é preciso agora conferir à estrovenga a aparência de “causa popular”. E como fazê-lo? Ora, convocando para a praça os fascistóides de sempre.
Por mais 30 moedas, eles fazem coisa ainda pior.
A manifestação, se acontecer, corresponde a uma espécie de protesto em favor da corrupção. No canto superior direito do blog, há um link pára a página “Eu voto Distrital”. Informe-se a respeito. Considere essa possiblidade. Lula já mobilizou os subacadêmicos de aluguel em defesa de um modelo que privilegia o PT. O voto distrital só é contra os picaretas. O voto distrital é a favor do Brasil.
Por Reinaldo Azevedo

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