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terça-feira, 26 de maio de 2020

Eslováquia: Partido nacionalista é agora o quarto mais forte do Parlamento

O nacionalista “Partido do Povo – Nossa Eslováquia” [Ľudová strana – Naše Slovensko], conhecido por suas iniciais LSNS, é agora o quarto partido mais forte do parlamento eslovaco.
Em 29 de fevereiro, o LSNS conquistou 17 cadeiras no parlamento (acima de 14 em 2016) e aumentou seu voto popular para 229.581 (acima de 209.779 em 2016). Mas sua parte geral dos votos permaneceu constante em cerca de 8%.
A Eslováquia possui um sistema multipartidário composto por cerca de uma dúzia de partidos sérios e inúmeros pequenos grupos marginais.
Mas, existem algumas perguntas sobre o resultado: pesquisas realizadas imediatamente antes da eleição mostraram o LSNS com grande apoio popular. Especialistas previram que se tornaria o segundo partido mais forte, com 24 ou mais membros do parlamento.
A eleição viu o partido até então no poder cair dando lugar aos partidos da oposição que vieram com bandeiras anticorrupção, no sentido de assegurar uma administração transparente, ao invés daquela levada a cabo pelo SMER [Direção] – Social Democracia – e igualdade de todos perante a lei. Assim, o OLaNO (Movimento das Pessoas Comuns e Independentes), de centro-direita, elegeu o novo Primeiro ministro da Eslováquia, Igor Matovič.

A corrupção dos social-democratas e o assassinato de um jornalista

A corrupção governamental, coisa comum na Eslováquia. O SMER governou durante 12 dos últimos 14 anos.
Manifestação do Ľudová strana – Naše Slovensko em frente ao STF da Eslováquia. Foto: Reprodução
Durante o início do período eleitoral, em 2018, um repórter, Jan Kuciak, que investiga corrupção e suborno foi assassinado. Esse foi o período mais conturbado da administração do executivo liderado pelos sociais democratas. Muitos suspeitam que a sua morte esteja relacionada com a investigação que conduziu no sentido de denunciar casos de fraude entre figuras de negócios, próximas daqueles que ocupavam o poder.
A morte destas duas figuras provocou uma onda de protestos de grandes dimensão, minando  completamente o Executivo eslovaco, levando à queda do domínio da centro esquerda no país.

Histórico do país tende ao nacionalismo

A Eslováquia tem uma população de cerca de 5,5 milhões, com apenas 2.600 judeus. É um pouco diferente de algumas outras nações europeias. Foi concedida sua independência pela primeira vez em 1939 por Adolf Hitler. O país lutou como parte do Eixo durante a Segunda Guerra Mundial, até ser finalmente dominado pelo Exército Vermelho em 1945. Exceto entre os “antifascistas”, o termo “nazista” não tem a mesma conotação negativa que possui em outras partes da Europa.
Na foto, Marian Kotleba em um evento intitulado Contra o “Terror Cigano na Eslováquia Oriental”, em 2013, em Geč, no distrito de Košice-okolie. Foto: TASR – František Iván
O LSNS continua o legado do regime pró-Hitler, que os estudiosos descrevem como “clerico-fascista”. Nos últimos anos, no entanto, ele procurou se distanciar do passado. Hoje sua política interna está focada em sentimentos anti-globalização, reforma econômica e justiça social. Sua política externa é pan-eslava e fortemente anti-OTAN e anti-UE. (A Eslováquia é um membro da UE.)
O líder do LSNS é Marian Kotleba. O lema do partido é “Com coragem contra o sistema!” e tem entre seus membros o uso da saudação ibérica.

Referências do artigo:

Site oficial do Ľudová strana – Naše Slovensko. Disponível em http://www.naseslovensko.net/
Bradford Hanson. Slovakia: Ethnic Nationalist Party Now 4th Strongest in Parliament. National Vanguard, Essays, 3 mar. 2020. Disponível em https://nationalvanguard.org/2020/03/slovakia-ethnic-nationalist-party-now-4th-strongest-in-parliament/
Filipe Pereira. Eslováquia: Vitário de Matocič marca início de nova fase na política do país. JUP, Política. Revisão de Miguel Marques Ribeiro, 22 mai. 2020. Disponível em https://www.juponline.pt/politica/artigo/35753/eslovaquia-vitoria-matovic-marca-inicio-nova-fase-na-vida-politica-do-pais.aspx

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