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quinta-feira, 14 de maio de 2020

O Covid-19 e o problema da verdade

Ou bem é um vírus produzido pela própria natureza, devido a uma mutação ao acaso; ou bem é artificial, criado em um laboratório chinês, e escapou acidentalmente devido a uma falha de segurança; ou bem é artificial, porém foi disseminado de maneira intencional, com algum tipo de propósito oculto que também será necessário identificar.

A discutida origem de um vírus

A qualquer cidadão e em particular a mim mesmo como professor de Filosofia, se apresentam continuamente situações ante as quais lhe é necessário tomar partido. Isto que vejo, o que escuto, me parece bom ou mal? E, antes de tudo e para começar, é verdade ou não é verdade? Assim ocorre também com a questão da pandemia do coronavírus Covid-19, sobre cuja origem cabem três opções: ou bem é um vírus produzido pela própria Natureza, devido a uma mutação ao acaso; ou bem é artificial, criado em um laboratório chinês, e escapou acidentalmente devido a uma falha de segurança; ou bem é artificial, porém foi disseminado de maneira intencional, com algum tipo de propósito oculto que também será necessário identificar.
A primeira teoria é a mais tranquilizadora, a que muitos seres humanos prefeririam crer. Não há nenhuma mão sombria por trás das tramoias do mundo. Se produzem continuamente mutações virais, e a do Covid-19 é simplesmente uma mais. A explicação do mercado de Wuhan parece plausível. Ademais, resulta reconfortante poder confiar na sinceridade das autoridades. A desconfiança permanente nos leva ao estresse mental e a inquietação. Não é que prefiramos a pílula azul de Matrix: é que cremos que as coisas são tal como parecem: se os conspiracionistas optam por outro caminho, eles pra lá. A navalha de Occam, o princípio de economia, nos diz que a explicação mais simples costuma ser também a mais provável: entia non sunt multiplicanda… Ademais, o pensamento crítico e inclusive a sofisticação intelectual estão do nosso lado. Richard Dawkins sempre resulta uma aposta segura [1].
De minha parte, se não encontrasse realmente argumentos para desconfiar da versão oficial, não teria nenhum problema em me unir a ela. Por exemplo, a respeito do tema de uma necessaríssima conspiração lunar (“chegamos realmente na lua em 1969?”), um estudo sério da questão obriga a reconhecer que sim, que chegamos, por querida que se tenha tornado a muitos – a base de sua frequência na cultura popular – a teoria conspirativa por excelência (e sem que isso signifique que não se pode haver ocultado outro tipo de informação altamente relevante acerca das viagens a Lua). Assim que sigamos ao velho Aristóteles, menos fora de moda do que parece: a verdade é a adaequatio intellectus ad rem… E se a res é de uma determinada maneira, não há mais remédio que admiti-lo.
Agora bem: resulta que sim, há motivos para desconfiar da versão oficial. E não somente porque o esquema do mito platônico da caverna está presente em praticamente qualquer situação social ou política (os poderosos, os “marionetistas” detrás da parede, sempre nos mostram a realidade como lhes interessa que a vejamos), de maneira que, por princípio, há que pôr em dúvida a veracidade do dito pelas “autoridades”. Não só por isto – que também – é aconselhável a dúvida, senão por uma série de razões objetivas que passo a detalhar.
Em primeiro lugar, as próprias características do Covid-19, muito peculiares a respeito de todos os demais coronavírus conhecidos até agora. Baixa taxa de letalidade, porém altíssima resistência fora do corpo humano, amplo período de incubação sem sintomas: tudo o que facilita uma transmissibilidade ou contágio sem precedentes. Somente produz efeitos graves em uma porcentagem muito pequena de indivíduos, porém constituí o vírus ideal para produzir não uma verdadeira pandemia stricto sensu porém, sim uma epidemia de pânico social à escala planetária, contando com o inestimável labor dos meios de comunicação em massa (como observou Yuval Harari, no século XV, o Covid-19 haveria passado completamente desapercebido): uma epidemia de pânico social que derive em uma catástrofe econômica e provoque transformações políticas, econômicas, psicológicas e culturais de fundo que vão infinitamente mais além do aspecto sanitário do que realmente é uma pseudopandemia.
Assim que o Covid-19, ou SARS Cov 2 – que é como deveria se chamar; porém este nome, o original, já foi sutilmente censurado – é, no mínimo, muito estranho. Ainda que nos digam: “Sim, pode apresentar uns traços peculiares, porém isso não significa necessariamente que há sido projetado: pode haver surgido de maneira natura, e de fato é o que afirma a maioria dos cientistas entendidos no tema””.
Bem, de acordo, tudo isto é certo; porém, vamos introduzir algumas precisões. Em primeiro lugar, o Covid-19 é, como disse, quanto menos, muito peculiar como coronavírus e (segundo reconhecem experts em bioterrorismo e inteligência militar) pareceria completamente adaptado a uma finalidade de guerra psicológica e engenharia social dadas as particulares características das sociedades desenvolvidas contemporâneas. E quanto a opinião dos cientistas, tenhamos em conota que entre a maioria de virólogos que afirmam que o coronavírus de Wuhan é de origem natural, pode haver, simplesmente, um conhecimento insuficiente ou superficial do tema e, sobre tudo, aparte de uma profunda aversão a tudo o “alternativo” ou pseudocientífico (ufologia, homeopatia, antivacinas, etc.), ao menos entre uma parte deles o medo de dizer em público o que pensam em privado, dado o preço que sabem que teriam que pagar por tal ousadia. É o “medo de se molhar”, a ficar marcado como “alarmista”, “conspiracionista”, “pró-russo” ou “simpatizante da extrema direita”, por exemplo. Resulta evidente que o establishment político e científico defende a tese do mercado de Wuhan como origem da pandemia; e, como cientistas com prestígio acadêmico conhecem as
pressões que existem e sabem que ir contra a corrente significaria arriscar sua posição e se lançados às trevas exteriores às que se expulsa os dissidentes e malditos.
Creio que tudo isto que digo não é absurdo, porém desde logo tampouco resulta ainda minimamente concludente. Há alguma razão mais para duvidar da tese da origem natural do Covid-19? Em minha opinião, sim; e não só da origem natural, senão também do possível escape acidental do laboratório de Wuhan. No que segue, não pretendo contribuir com nenhuma informação fantástica, nada que não esteja circulando já faz várias semanas pelos foros alternativos da Internet. Me limitei a recompilar e ordenar os argumentos que me parecem mais consistentes, para, ao final, trazer uma reflexão filosófica que sim será, digamos, de minha própria autoria.

O Covid-19, um vírus projetado?

Em primeiro lugar, desde já pelo menos um par de décadas existe a possibilidade técnica de manipular vírus por engenharia genética para criar um vírus quimera. Se estivéssemos, digamos, em 1980, isto ainda não seria possível. De maneira que a capacidade técnica já está disponível, dado o estado de desenvolvimento da bioengenharia atual.
Em segundo lugar, existem laboratórios dedicados a este tipo de experimento, dentro de programas de guerra bacteriológica ou de projetos sanitários civis, porém suscetíveis de uso militar. O laboratório P-4 de Wuhan é um desses (ainda que isto não signifique necessariamente que o Covid-19 tenha sido desenvolvido ali).
Em terceiro lugar, sabemos que, desde vários anos, se está experimentando na criação de um coronavírus com “capacidades melhoradas”, tal como se deduz da leitura do artigo publicado em Nature Medicine, em novembro de 2015, que motivou, poucos dias depois, a informação oferecida pelo programa da RAI TGR Leonardo, sobre os experimentos chineses com coronavírus. É certo que o vírus de que se falava nesse programa não era o Covid-19, porém também o que se informava era de que se estava investigando sobre a possível modificação de coronavírus para que pudessem passar diretamente do morcego ao sistema respiratório humano. Como mínimo, resulta lícito se perguntar sob quais diretrizes e com que propósitos se efetuam tal tipo de investigações.
Em quarto lugar, em março de 2020, um grupo de cientistas indianos se atreveram a tornar pública uma análise que mostrava as inserções artificiais na sequência genética do Covid-19: umas inserções que serviam para construir a “chave” que serve ao Covid-19 para “abrir a fechadura” das células do sistema respiratório humano e infectá-las (porém, como já dissemos, seguindo um processo inusualmente lento, de maneira que o sujeito passe vários dias assintomático, dando-lhe assim, tempo para infectar a outras muitas pessoas e estender a enfermidade). Todavia, ante as enormes pressões recebidas, estes cientistas indianos foram obrigados a se retratar e, de fato, já na segunda quinzena de abril de 2020, sua investigação parece haver desaparecido da Internet, ou ao menos haver caído suspeitosamente oculta em páginas de difícil acesso.
E em quinto lugar, uma voz de reconhecido prestígio como o virólogo francês Luc Montagnier, descobridor do HIV em 1983 e Prêmio Nobel de Medicina em 2008, disse publicamente que, depois de estudar a sequência genética do Covid-19, lhe parece evidente que se trata de um vírus projetado em laboratório, e que nunca poderia haver surgido por uma mutação ao acaso. [2] Parece lógico pensar que, se se atreveu a dizê-lo, se deve a que sabe que seu prestígio científico e sua posição pessoal o convertem em uma figura inatacável. É dizer, pensa e pode dar-se o luxo de dizê-lo publicamente. Isso não significa que não possa equivocar-se (o argumento da autoridade nunca é definitivo), porém ao menos dá o que pensar.
Todo o anterior apoia minha convicção de que o Covid-19 não é um vírus natural, como podem ser o Zika, o SARS ou o Ebola. Compreendo que é muito mais cômodo tomar a pílula azul (querer estar sempre no lado da pastilha vermelha pode te desestabilizar a um nível psíquico ou transtornar a nível filosófico) e cair comodamente instalado nos relatos da Matrix; e, como já disse, não teria constrangimento em admitir a versão oficial se honradamente me parecesse certa. Porém, resulta que não me parece nem quanto a origem natural do Covid-19 (por certo: esqueci de dizer que a tese do mercado de animais vivos de Wuhan não está provada em absoluto e se dá por boa de maneira acrítica), nem em quanto ao escape acidental do vírus do laboratório de Wuhan (hipótese que defende Montagnier).

A tese da propagação intencional

Entramos aqui em território já puramente conspiracionista: porque o que se trata de elucidar é nada menos que a possível disseminação intencional do coronavírus. Entramos também na “batalha pelo relato”, já que China, que há algumas semanas parecia ir ganhando este combate e adquirindo prestígio e soft power ante o mundo por sua enérgica e aparente eficaz gestão da pandemia, agora caminha sobre o fio da navalha, temendo que finalmente se imponha ante a opinião pública mundial a tese de uma possível negligência no laboratório P-4 de Wuhan como origem da pandemia.
Resulta mui compreensível a resistência psicológica ao entrar neste tipo de considerações. Os seres humanos necessitam crer em uma ordem do mundo basicamente bondosa. Os psicólogos especialistas em contos infantis sabem que é essencial que o conto termine bem: isso estrutura corretamente a imagem do mundo que se vai formando na criança. As crianças não concebem que seus pais possam se divorciar. Os adultos necessitam confiar no sistema: se inclusive os fundamentos mais básicos se estremecem… A gente quer pensar que a polícia está aí para defendê-la. Enquanto aos políticos, a publicidade e tudo isso, sim, sabem que mentem e nos manipulam em muitos temas; porém nos resistimos a pensar que exista uma Grande Mentira, e muito menos uma Grande Conspiração. Não desacreditou Umberto Eco todas as conspirações, todos os “Protocolos dos Sábios de Sião”, em “O Pêndulo de Foucault”? Contra essas lucubrações tóxicas, semente de ódios e genocídios, propunha a certeza empirista da percepção sensorial imediata, que, arrancando-te de tais quimeras, te reinstala novamente na realdade efetiva do mundo.
E, todavia, pode que a Grande Conspiração não seja um simples mito facilmente desacreditável. Existem razões que abonam a tese de uma propagação intencional da pandemia – pseudopandemia, para ser exato – do Covid-19. Não razões totalmente demonstrativas, porém me parecem que sim, mui dignas de uma séria consideração.
Em primeiro lugar, temos o hoje já célebre – ao menos na Internet alternativa – “Evento 201”. Resulta que a 18 de outubro de 2019 se celebrou em Nova Iorque, organizado pelo Centro John Hopkins para a Segurança Sanitária, o Foro Econômico Mundial e a Fundação Bill & Melinda Gates um simulacro de pandemia por coronavírus que, visto em retrospectiva, praticamente baseia tudo o que está sucedendo com a pandemia do Covid-19. É bem certo que as datas são distintas e que, por exemplo, na simulação se previam 65 milhões de mortes; porém, não deixa de ser chamativo que, seis semanas antes do início da pandemia em China, instituições de primeiro nível mundial realizem uma simulação que mais parece um ensaio geral que outra coisa. Por suposto, nos dirão que, se lermos as conclusões do simulacro, o que há ali são as recomendações que hoje estão sendo postas em prática para lutar contra os efeitos da pandemia e que, portanto, o objetivo era totalmente laudável e compreensível. Agora bem: que se ofereça tal tipo de conclusões e recomendações é algo a ser dado como certo; o que se deve considerar é se, por debaixo da superfície, totalmente respeitável, o Evento 201, em realidade, o que se escondia era a informação reservada de que precisamente esse tipo de urgência sanitária iria se desencadear apenas seis semanas depois. Desde logo, não podemos provar com segurança tal coisa, porém me parece que dá muito o que pensar que se realize um simulacro de pandemia por coronavírus com ampla presença de personalidades da elite globalista umas semanas antes de que exploda efetivamente uma emergência de tal tipo.
Em segundo lugar – e é para mimo argumento fático mais forte a favor do caráter premeditado da pandemia -, prestemos atenção às já célebres capas do The Economist. Para ser sincero, há até poucas semanas eu mesmo não sabia que esta publicação britânica está considerada quase oficialmente como “a revista da Elite globalista”, nem que, em círculos conspirativos, se converteu em já em uma tradição analisar as mensagens codificadas que aparecem na capa do número de dezembro, onde se analisam os fenômenos e tendências mais determinante do ano que vai começar.

Capa da Revista The Economist. Edição de Dezembro de 2018. Reprodução
Pois bem: resulta que no número de dezembro de 2018, intitulado “The World in 2019” e que tem como figura central o Homem Vitruviano, aparece na parte inferior… um pangolim! Repetimos, atônitos: a finais de 2018, a revista econômica e política da Elite Mundial, da City de Londres, da família Rothschild, do Clube Bilderberg ou como queiramos chamá-la, inclui em sua famosa capa de final de ano o desenho de um animal cuja a própria existência era desconhecida para o comum dos mortais, que os mesmos analistas conspirativos não explicaram então o que se pintava ali, porém que a finais de 2019 se faria mundialmente conhecido como possível animal transmissor intermediário do Covid-19, segundo a tese oficial. Se aqui não há um argumento de peso para suspeitar que já então se havia traçado um plano no qual o pangolim teria um protagonismo
destacado, então onde o estará?
E por certo: a capa de The Economist de dezembro de 2019, “The World in 2020”, tampouco deixa ninguém indiferente. Consiste em uma tabela optométrica – a que usam os oculistas para medir a precisão visual – que, em suas últimas linhas, incluem as palavras “rat” (“rato”, simbolo universal das epidemias desde a Peste Negra) e “nightingale” (“andorinha”; o único significado visível de tal palavra neste contexto parece ser uma referência a Florence Nightingale, fundadora da Enfermaria moderna). Pois bem: este número de The Economist se prepara, no mais tarde, em novembro de 2019, quando, todavia, não existia nem a mais leve suspeita acerca das dimensões que ia adquirir a pandemia do Covid-19… salvo – claro – entre aqueles que já dispunham de informação privilegiada acerca do plano em curso. Os analistas conspirativos que a princípios de dezembro de 2019 interpretavam essa capa, viam nela, entre outras coisas, um forte padrão de apontava há algum tipo de emergência sanitária; porém ainda não a relacionavam com o coronavírus de Wuhan, que aquele momento, todavia, não ocupava lugar algum nos grandes meios de comunicação internacionais.

Capa da edição de The Economist em dezembro 2019, “The World in 2020”. Reprodução
Assim que, a meu modo de ver, os indícios se vão acumulando um após o outro… Sem ser totalmente comprovatórios, por suposto, porém creio que sim mui significativos desde um ponto de vista estritamente racional. Não negamos a possibilidade de que possa existir uma explicação alternativa para todos estes enigmas de The Economist; e, ademais, como iam ser tão imprudentes para deixar adiantado tais pistas acerca de seus planos? Salvo que mostrar essas pistas forme parte de um jogo psicológico, simbólico e até ritual, ao qual, por certo, sabemos por David Icke e por tantos outros que as elites são extremamente aficionadas.
Não quero concluir esta parte de minha exposição sem referir-me, ainda que brevemente, ao tema do chip subcutâneo, do “microchip 666” ou “Marca da Besta”, que se leva tempo dizendo que algum dia iriam querer nos implantar para suprimir definitivamente o dinheiro físico e ter controlada a população até limites inimagináveis. Poderia parecer um devaneio conspiracionista irrealizável; porém, precisamente no contexto da pandemia do Covid-19 e do “controle sanitário” que nos farão querer crer que é necessário a partir de agora para evitar possíveis surtos, deixou de ser ficção científica o dia, talvez já não muito longe, em que pretendam nos implantar um chip que, entre outras muitas coisas, demonstre – por exemplo – que tomamos a futura vacina.
Pois bem, resulta, oh casualidade, que em 26 de março de 2020, Microsoft, a megacorporação de Bill Gates, registrou na Organização Mundial da Propriedade Intelectual das Nações Unias, uma nova patente para obter cripto moedas usando dados de atividade corporal humana: [3] é dizer, um dispositivo digital que coincide, ponto a ponto, com o que a cultura popular já conhece como o “microchip 666”. E advinha o leitor qual é o número oficial da patente? Pois nada menos que “2020/060606”. Uma coincidência? Um traço de humor negro da própria Organização de Patentes? Um pedido expresso da Microsoft? Um gesto ritual da Elite, ao mesmo nível que o pangolim de The Economist? Não sabemos com segurança; porém são muitos os fatores que, sem provar nada de uma maneira irrefutável – o reconheço -, sim que vão acumulando indício atrás de indício a favor da tese que sustenta o autor das presentes linhas.

A quem interessa a pandemia?

“Muito bem, senhor Belchí: admitamos que você tem razão e que o coronavírus foi projetado e posto em circulação de maneira intencional. E tudo isto, com que propósito se faria? Uma crise econômica mundial causada como consequência indireta da pandemia, não poderia ser perigosa também para a mesma Elite que supostamente a pôs em marcha? Se já possuem tanto dinheiro e poder, para que embarcar em um plano assim?”
Para entender tal coisa, resulta necessário saber que, como sinalizaram muitos proeminentes economistas, o sistema econômico capitalista, em sua versão atual, se encontra já totalmente esgotado desde a crise de 2008: sobrevive desde então “com respiração mecânica”, graças às massivas injeções de liquidez introduzidas pelos Bancos Centrais e a umas taxas de juros de nível zero e até negativos. Entre nós se vem repetindo de maneira indicativa Santigado Niño Becerra, catedrático de Estrutura Econômica da Universidade Pompeu Fabra. Leva anos dizendo que o crash econômico global é absolutamente inevitável: pode atrasar alguns anos – como se faz desde 2008 – porém, finalmente vai chegar. O endividamento mundial (uns 200 bilhões de dólares, segundo dizem), o desajuste entre economia real e economia financeira, o surgimento das novas tecnologias… Tudo já faz inevitável o modelo econômico capitalista que tem governado desde 1950. Há que substituí-lo por outro no qual, segundo Niño Becerra, haverá um desemprego estrutural altíssimo, desaparecerão praticamente a classe média e os pequenos negócios e empresas, e será necessário implantar a renda básica para evitar uma explosão social.
Santiago Niño Becerra não é um teórico da conspiração, nem tampouco um filósofo profundíssimo: se limita a diagnosticar e descrever uma realidade segundo os sintomas que nela aparecem. Reconhece que vem uma época de sofrimento para uma grande parte da população ocidental. A classe média ficará empobrecida. Aumentarão as desigualdades. A sociedade se polarizará cada vez mais entre a classe superior e elitista, por um lado, e a massa da população por outro, dividida em diversos graus de “classe baixa”. Não lhe aprecia que isto vai acontecer, porém lhe parece que é inevitável.
A Elite globalista sabe perfeitamente tudo isto. O sabe perfeitamente o The Economist. Não se pode evitar o crash. Então, o que se há de fazer? Pois, dirigi-lo, pilotá-lo, ter um plano.
Efetuar uma demolição controlada de um edifício afetado por problemas estruturais. O processo de transformação já estava em marcha desde há anos: deve ser levado a cabo pouco a pouco para evitar uma tomada de consciência generalizada e uma rebelião popular que se deseja evitar a todo custo. Segundo uma opinião já muito estendida entre os economistas mais perspicazes – e Niño Becerra é um deles -, a pseudoepidemia do Covid-19 somente está acelerando um processo que já existia. O crash mundial seria produzido de qualquer maneira; porém é melhor que se produza como tu queres, quando tu queres e sob teu controle.
E, em realidade, aqui está um argumento mais a favor da tese que sustento: estamos ante uma pseudopandemia provocada e dirigida. Porque não faz falta mover-se em nenhum circulo conspiracionista para dar-se conta de que os efeitos do Covid-19 se ajustam milimetricamente aos desejos, largamente acariciados, da elite política, tecnológica e financeira internacional.
Não lhes valeria a pena qualquer outro tipo de coronavírus ou qualquer outro tipo de pandemia: o que necessitavam era precisamente o que está passando. Um vírus para o qual não houvesse imunidade prévia entre a população mundial e que, ainda que não fosse muito letal, se estendesse com grande rapidez e provocasse nos países desenvolvidos o colapso dos sistemas sanitários, causando uma epidemia de pânico e obrigando os governos a tomar medidas sem precedentes de quarentena e isolamento social que paralisariam por completo a atividade econômica. E, por suposto, tudo isso seria impossível sem a ajuda inestimável dos meios de comunicação, grandes difusores de um estado de histeria massiva. Primeiro tranquilizaram e anestesiaram a população, tachando de alarmistas aos poucos que, já em janeiro e fevereiro, avisaram do que se aproximava; e depois seguiram mentindo e anestesiando ao suprimir a informação e o debate sobre o que sucede entre bastidores no cenário do mundo político e financeiro internacional, ao tempo que entretinham os cidadãos com inúteis notícias sobre máscaras, varandas, desafios solidários e bolos caseiros.
Este era o objetivo, pois: o crash econômico controlado, a extensão de uma autêntica epidemia de medo, prévia à aplicação da “doutrina de shock”, segundo a afortunada expressão cunhada por Naomi Klein. Agora, após o impacto da pandemia, os cidadãos ocidentais estão muito mais próximos de aceitar a supressão do dinheiro em efetivo e inclusive o chip subcutâneo, se lhes convencem de que isto é necessário para garantir a futura segurança sanitária da população. Por sua parte, os Estados se encontram debilitados, e o estarão mais ainda no futuro ante o tremendo esforço que a mitigação dos efeitos econômicos da pandemia – muito mais devastadores e duradouros que os puramente sanitários – vai exigir aos cofres públicos; e sua margem de manobra e soberania minguará também ante a crescente preponderância das instâncias decisórias supranacionais, necessárias – nos dirão – para o manuseio de emergências que já movem a escala planetária. O Governo Mundial se encontra mais próximo do que nunca. Enquanto a tecnologia 5G – elemento imprescindível para o futuro projetado pela Elite -, também agora se implantará com muito menos problemas, objeções e reticências, ante a importância crescente que vão cobrar o homeoffice e todo tipo de processos telemáticos. E são somente uns quantos exemplos das muitíssimas vantagens que o Covid-19 figura para a Elite globalista. Vamos, que nem que se eles mesmos projetaram de propósito, a pandemia lhe teria saído tão bem. Ou esperem: é que talvez seja isso, que são eles os que a projetaram…
Se trata de algo que me parece absolutamente evidente: a Elite tem um plano. Já disse David Rockfeller em 1994 ante um grupo de embaixadores das Nações Unidas: “Estamos as portas de uma grande transformação. A única [coisa] que necessitamos é a crise adequada, e o mundo aceitará a Nova Ordem Mundial”. Esgotado o modelo hiperindividualista de 1950-2020, já em estado de coma desde 2008, agora a brusca alteração mental e de costumes provocados pela pseudopandemia do Covid-19, o crash econômico induzido por ela – e desejado pela Elite – e a tecnologia 5G, absolutamente imprescindível para ao novo sistema socioeconômico que projetaram para nós, possibilitarão que o mundo passe a uma nova era, baseada na Internet das Coisas, que abrirá possibilidades de negócio absolutamente novas, um campo virgem de exploração econômica no qual, gostemos ou não – se se cumprem os planos da Elite globalista -, teremos que nos acostumar a viver. E tenha-se em conta, ademais, que o plano da Elite, todavia, está a meio desenvolvimento e não sabemos que outras fases faltam nem que outros efeitos desestabilizadores podem produzir no âmbito geopolítico global.

Conclusão o futuro não está fechado

De maneira que já prepararam certo futuro para nós: agenda transhumanista, áreas urbanas a modo de paradisíacos resorts de ultra-luxo (Elysium) para a elite tecno-financeira, renda básica universal como instrumento de controle social das massas empobrecidas, generalização das redes telemáticas na vida cotidiana, supressão do dinheiro, geolocalização e monitoração permanente, sistema de crédito social similar ao que já existe em China, onipresente vigilância owrelliano-tecnológica, provável vacina obrigatória, chip subcutâneo sob pena de converter-se em um paria social, esvaziamento do poder de fato dos parlamentos nacionais, etc.. etc. Parte de todo isso ainda nos pode parecer ficção científica; porém esperemos 2030 e já voltaremos a falar. Não percebemos o enorme trecho que percorremos em apenas três meses? A Elite deve andar absolutamente eufórica. Tudo parece estar saindo como pedido de suas bocas. É certo que o processo não está completo, que faltam anos de passos sucessivos; porém a grande jogada da pseudopandemia originada em Wuhan lhes está saindo tal como haviam projetado. O grosso da população anda temerosa e desorientada, e cada vez se comporta com maior docilidade ante as autoridades. Todavia, ainda restam franjas importantes, como por exemplo Rússia. A inteligência militar do Kremlin não se deixa
enganar: sabe perfeitamente que o que está em curso é uma grande operação de engenharia social e uma guerra declarada aos Estados-Nação e a todos os valores tradicionais, e assim já o declararam publicamente altos oficiais da inteligência russa. [4] Assim que de Rússia e de Putin terão que ser tratados de algum modo.

Presidente russo, Vladimir Putin, durante reunião online sobre coronavírus, 9 abr. 2020. No final de junho de 2019, Putin defendeu que o liberalismo está “obsoleto” e que “os valores tradicionais são mais estáveis e mais importantes” para a maioria da população ocidental numa entrevista ao Financial Times, na antecâmara da reunião do G20 no Japão Foto: Alexei Druzhinin /Sputnik/Kremlin
Em realidade, tais considerações extrapolam o objeto do presente escrito, de maneira que não vamos nos estender mais a respeito. Queria explicar em que me baseio para pensar que estamos ante um vírus artificial e difundido intencionalmente, e espero ter logrado meu propósito. Não pretendo ter convencido por completo a nossos leitores, porém sim, ao menos, fazer com que parem para pensar.
Desde os tempos de Debord e Lipovetsy temos criticado muito, e com razão, a banalidade das sociedades pós-modernas, cauda de tanta infelicidade íntima, de tanto Prozac comprado nas farmácias. Não nos gosta esta sociedade capitalista e narcisista. Basicamente, era a crítica que já na década de 1990 se dirigia contra a globalização.
Agora nos dizem que este sistema – o econômico, não o de banalização – já não serve e que deve-se passar o outro novo; o Covid-19 é um instrumento, um truque, um engodo para nos empurrar a dar o salto com mais rapidez. O salto a um mundo um pouco distópico, porém ao que acabaremos nos acostumando. Haverá ganhadores e perdedores, sofrimento, necessidade de adaptar-se ou perecer, um darwinismo monstruoso. Será duro, sim; porém, acaso não estávamos ante umas sociedades ocidentais amolecidas e acomodadas as que é de justiça aplicar a filosofia purificadora do titã Thanos? Os memes de Bill Gates com a manopla de Thanos correm desde há alguns dias pelas redes sociais.
Ainda estamos a tempo de resistir, todavia, a um plano projetado sem que fossemos consultados e que somente nos considera como um rebanho facilmente manipulável, como pura carne de canhão. Queremos outro futuro, porém não este que a Elite nos prepara para perpetuar sua dominação. E também nós necessitamos algum plano sugestivo e uma rota de fuga. Do contrário, a superioridade estratégica dos globalistas e nossa própria incapacidade para nos organizar serão os grilhões que nos acorrentarão a uma nova forma de escravidão, mais odiosa que todas as outras que já existiram no mundo.
Antonio Martínez Belchí
Fonte: El Manifesto
Antonio Martínez Belchí. El Covid-19 y el problema de la verdad. El Manifesto, 28 de abril de 2020. Disponível em https://elmanifiesto.com/tribuna/630248383/El-Covid-19-y-el-problema-de-la-verdad.html
Tradução livre de Posição Nacionalista. Facebook. Disponível em https://www.facebook.com/posicaonacionalista

Notas:

[1] Nota do tradutor: Afirmação com a qual discordamos totalmente
[2] Nota da edição: RFI. Nobel de Medicina francês causa polêmica ao dizer que coronavírus saiu de laboratório chinês. Uol, Notícias, Coronavírus, 17 abr. 2020. Disponível em https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/rfi/2020/04/17/nobel-de-medicina-frances-causa-polemica-ao-dizer-que-coronavirus-saiu-de-laboratorio-chines.htm
[3] Nota da edição: Felipe Ribeiro. Microsoft planeja usar o cérebro humano para minerar criptomoedas; entenda. Yahoo via Canaltech, Notícias, 31 mar. 2020. Disponível em https://br.noticias.yahoo.com/microsoft-planeja-usar-o-c%C3%A9rebro-112000734.html
[4] Nota da edição: Rodrigo Barbosa; Reuters. Putin diz que liberalismo está “obsoleto”. Euronews, Business, 28 jun. 2019. Disponível em https://pt.euronews.com/2019/06/28/putin-diz-que-liberalismo-esta-obsoleto
Antonio Martínes Belchí é autor e colunista do site periódico em espanhol El Manifesto

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