Notícia fresca da União dos Estados Socialistas do Brasil: o Senado aprovou a imposição de cotas de programação nacional obrigatória nos canais de TV por assinatura. A desculpa é a de sempre: precisamos valorizar nossa cultura (senha para “vamos tomar seu dinheiro” em 90% dos casos).
O projeto define três tipos de cotas na TV a cabo. A cota por canal obriga a veiculação de até três horas e meia de programação regional e nacional por semana em cada canal, em horário nobre, que será definido pela Agência Nacional do Cinema. Metade dessa programação deve ser feita por “produtor independente”, ou seja, aquele que financia sua arte com verba estatal e está independente da vontade do público.
Na cota por pacote, um terço dos canais que compõem o pacote deve ser brasileiro. Dos canais brasileiros, um terço deve ser de produção independente e dois canais devem ter 12 horas diárias de conteúdo brasileiro independente. Ligue a TV, ponha na TV Brasil e tente assistir por 10 minutos. Caso você continue acordado, tente imagine 12 horas diárias disso.
Dias antes da votação, a ministra da Cultura, a petista Ana de Hollanda, esteve com o presidente do Senado, o petista José Sarney, para informá-lo da importância das cotas. “Não se trata de uma interferência [nas TVs], mas é uma forma de divulgar a produção cultural brasileira, que é muito grande”, disse ela. “Este projeto é uma batalha de muitos anos do mundo da Cultura e do mundo do audiovisual. É a garantia de espaço para o conteúdo da produção brasileira que é muita rica e ainda pouco conhecida”.
Se a TV Brasil existe, por que não botar a tal produção cultural brasileira pra rodar lá? Porque ninguém assiste àquilo. Os entusiastas do projeto aprovado no Senado pensam que, enfiando-a na grade das TVs por assinatura, a cota nacional encontrará espectadores. Não encontrará, é claro, como não encontra na TV Brasil, que é aberta. Em compensação, a turma disporá agora de parte dos impostos pagos pelas empresas de TV a cabo para queimar nos seus produtos de audiência zero.
Do mesmo jeito que Maria Bethânia se acha no direito de pegar 1 milhão de reais dos cofres públicos para brincar de blog, a turma do audiovisual se acha no direito de obrigar o brasileiro a pagar por algo que ele não quer. Não lhe passa pela cabeça a hipótese de que sua arte seja uma porcaria da qual ninguém faz conta. Por isso os nossos gênios incompreendidos odeiam o livre mercado: eles se imaginam bons demais para serem desprezados. Eles detestam o fato de que a platéia pode vaiar.
Dias antes da votação, a ministra da Cultura, a petista Ana de Hollanda, esteve com o presidente do Senado, o petista José Sarney, para informá-lo da importância das cotas. “Não se trata de uma interferência [nas TVs], mas é uma forma de divulgar a produção cultural brasileira, que é muito grande”, disse ela. “Este projeto é uma batalha de muitos anos do mundo da Cultura e do mundo do audiovisual. É a garantia de espaço para o conteúdo da produção brasileira que é muita rica e ainda pouco conhecida”.
Se a TV Brasil existe, por que não botar a tal produção cultural brasileira pra rodar lá? Porque ninguém assiste àquilo. Os entusiastas do projeto aprovado no Senado pensam que, enfiando-a na grade das TVs por assinatura, a cota nacional encontrará espectadores. Não encontrará, é claro, como não encontra na TV Brasil, que é aberta. Em compensação, a turma disporá agora de parte dos impostos pagos pelas empresas de TV a cabo para queimar nos seus produtos de audiência zero.
Do mesmo jeito que Maria Bethânia se acha no direito de pegar 1 milhão de reais dos cofres públicos para brincar de blog, a turma do audiovisual se acha no direito de obrigar o brasileiro a pagar por algo que ele não quer. Não lhe passa pela cabeça a hipótese de que sua arte seja uma porcaria da qual ninguém faz conta. Por isso os nossos gênios incompreendidos odeiam o livre mercado: eles se imaginam bons demais para serem desprezados. Eles detestam o fato de que a platéia pode vaiar.
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