Era início da madrugada quando um comboio de tanques e tropas da guarda da República Democrática Alemã atravessou Berlim. Quando o sol raiou, soldados tinham esticado uma longa cerca de arame farpado no meio da cidade, transformando-a numa fronteira que separava o setor comunista do capitalista.
A iniciativa visava coibir a fuga em massa de alemães orientais para o Ocidente, uma vez que o grande índice de refugiados eram de jovens até 25 anos ou de mão-de-obra ativa, motivados pela precária realidade oriental tanto no campo quanto na cidade, reflexo de sucessivas crises econômicas em sua recente história.
Em pouco tempo o arame seria substituído por concreto. A Alemanha estava dividida. Mais do que isso. Construía-se, naquele momento, uma nova divisão do mundo em dois blocos: Ocidente de países capitalistas, liderados pelos Estados Unidos da América; e Oriente de países socialistas, simpatizantes do regime soviético.
Por mais de duas décadas, o Muro de Berlim foi o símbolo por excelência da Guerra Fria, da bipolarização do mundo e da divisão da Alemanha. Apenas em 9 de novembro de 1989, os habitantes de ambas as partes da cidade caíam incrédulos nos braços uns dos outros, festejando o fim da muralha que acabou sendo derrubada pouco a pouco e vendida aos pedaços como suvenir. Menos de um ano depois, o país dividido desde o fim da Segunda Guerra foi unificado, mas a verdadeira integração entre as duas partes é um processo que ainda não terminou.
Homenagens ao mortos durante tentativa de fuga através do Muro.
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